tag:blogger.com,1999:blog-72167080978435721272024-03-12T16:47:33.532-07:00Fórum Anarquista EspecifistaFórum Anarquista Especifistahttp://www.blogger.com/profile/04229677336169193480noreply@blogger.comBlogger12125tag:blogger.com,1999:blog-7216708097843572127.post-25291760425892542572021-10-25T20:40:00.000-07:002021-10-25T20:40:13.376-07:00<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjp2rpenH5TpuxhdA_5UqJAYcBHKD-vloACw6hCFo32wpe3nFSWQVO2MhG-CoyRgojzjNTBSDpPkmoxgHGAcqRqqUozA3x4t4hKDQ57aPPzjbhr6Aw5hnNSREX7OTp7ETNXyQN09_SFMFvG9NmKI935000WLE2Ojkwflx9lqLVjj9_6YE9ev4lAC6Px=s2000" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="2000" height="341" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjp2rpenH5TpuxhdA_5UqJAYcBHKD-vloACw6hCFo32wpe3nFSWQVO2MhG-CoyRgojzjNTBSDpPkmoxgHGAcqRqqUozA3x4t4hKDQ57aPPzjbhr6Aw5hnNSREX7OTp7ETNXyQN09_SFMFvG9NmKI935000WLE2Ojkwflx9lqLVjj9_6YE9ev4lAC6Px=w426-h341" width="426" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.12px;"><span style="font-family: helvetica;"><u>DE OLHO NO AGORA - A BAHIA E O BRASIL EM SETEMBRO E OUTUBRO</u></span></span></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.12px;"><span style="font-family: helvetica;"><u><br /></u></span></span></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.12px;"><span style="font-family: helvetica;"><u><br /></u></span></span></b></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">COVID-19 E VOLTA ÀS AULAS</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Com a diminuição de casos da covid-19 o
Estado da Bahia passa por momentos de abertura dos setores que antes estavam
fechados por prevenção contra a doença. Desde junho desse ano, há vários
debates a respeito do retorno ás aulas presenciais tanto na rede pública,
quanto na rede privada e vem acontecendo um verdadeiro embate entre o sindicato
dxs professorxs (APLB) e o governador Rui Costa. Profissionais da educação
solicitam mudanças estruturais e equipamentos que garantam um espaço seguro nas
escolas, para estudantes e trabalhorxs retornarem gradativamente ás salas de
aula. Entretanto, o governo avança em seus planos de retorno das aulas
presenciais, sem tornar o ambiente escolar seguro em grande parte das unidades
de ensino da Bahia, e ameaçando à categoria com cortes de salários, cortes de
auxílios para estudantes e constrangimento dxs professorxs nas redes sociais e
mídias, buscando convencer à população de que xs docentes não querem retornar
às escolas por comodismo e sem motivos lógicos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Recentemente, no dia 18/10, tornou-se
obrigatório o retorno das aulas 100% presenciais nos colégios estaduais, mas a
adesão por parte dxs dicentes ainda é baixa, demonstrando que antes de retornar
às escolas é preciso repensar como deve se dar esse retorno, como está a saúde
física e mental de todxs envolvidxs, como o processo de aprendizagem foi
afetado durante a pandemia e buscar mecanismos de superação desses problemas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">INCÊNDIOS NA CHAPADA</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Os incêndios na vegetação do Estado
avançam bastante desde o início de setembro. O estado da Bahia concentra 25%
dos casos de incêndio em vegetação, no ano de 2021, em toda a região Nordeste.
As informações são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Os
dados mostram que as queimadas desse ano já superam do ano passado, um reflexo
do descontrole climático e das alterações no meio ambiente. Enquanto regiões
como Ilhéus e Itabuna enfrentam problemas de enchentes e fortes chuvas, a
Chapada Diamantina e outras regiões enfrentam dificuldades com as secas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">DISPUTAS POR TERRITÓRIOS INDÍGENAS</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O Estado avança por todo o país nos
territórios indígenas, e dessa vez, o alvo são as terras Tupinambás. A polícia
federal durante o mês de outubro vem realizando uma série de ações para
reintegração de posse de áreas habitadas pelos Tupinambás, sem aguardar a
finalização do relatório de identificação da Terra indígena Tupinambá de
Olivença feito pela FUNAI, ameaçando a integridade física e os meios de
subsistência desses povos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Para além dos avanços do Estado, grileiros
e ruralistas fazem verdadeiras emboscadas e covardias contra povos indígenas em
busca das suas terras. O mais recente ataque aos indígenas no sul da Bahia se
deu contra uma liderança Pataxó do Território Pataxó Comexatibá, que no dia
20/10 sofreu tentativa de atropelamento por grileiros da região, e ao buscar
denunciar sequer foi ouvido pela polícia. As disputas por terras no sul da
Bahia se dá com povos indígenas, pescadores e marisqueiras que lutam pela
proteção dos territórios e sua subsistência contra grileiros que querem
privatizar as praias para lucrar com condomínios de luxo, e a polícia que apoia
aos inimigos da natureza, em forma de silêncio e omissão dos crimes cometidos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">VIOLÊNCIA POLICIAL E VIOLÊNCIA CONTRA
MENORES</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Nos últimos meses a Bahia vem
experienciando uma escalada gritante no cinismo das instituições para com sua
população, seja por meio das posturas genocidas do governador petista Rui Costa
(que, apesar de se revindicar à esquerda, mostra-se desde sempre tão
reacionário quanto qualquer governador bolsonarista) ou por ação direta da
violência policial. Os dois homens executado no dia 20/10 em Salvador na favela
do Calafate infelizmente são a continuação de atitudes sistemáticas da polícia
baiana, responsável pela morte de 1.137 pessoas (segundo maior índice do país)
no ano de 2020; todas essas vítimas homens pretos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Enquanto o policiamento é reforçado em
torno do Farol da Barra e alguns indivíduos dentro da corporação asseguram a
viabilidade de um carnaval para 2022, a capital e o interior sangram. Nos
últimos dois anos houve 114 homicídios de crianças e adolescentes no estado,
segundo dados da Rede de Observatórios de Segurança, bem como 88 casos de
violência sexual e estupro contra menores.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Outro fator a ser levantado em contínuo
descaso das instituições para com os assassinatos de oito irmãos de família
cigana em Vitória da Conquista e arredores. O Instituto de Ciganos do Brasil
(ICB) vêm tentando instaurar uma CPI para apurar o ocorrido, porém enfrenta
resistência e boicote por parte das policias Civil e Militar (mais interessadas
em execuções sumárias que em efetuar investigações ou prisões). As testemunhas
do caso sentem-se, com razão, inseguras e o ICB aponta para o risco de novas
execuções na área.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">FEMINICÍDIO E VIOLÊNCIA DE GÊNERO NA BAHIA</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O assassinato no dia 17/10 de Kezia
Stefany da Silva Ribeiro (21 anos) em Salvador infelizmente soma-se aos mais de
65 casos de feminicídio registrados no estado até o mês de setembro, bem como
ao aumento de 11,8% nos feminicídios ocorridos na Bahia entre 2020 e 2021.
Dados apontam que uma a cada quatro mulheres acima dos 16 anos já foi vítima de
algum tipo de violência no período dos últimos 12 meses no Brasil, com a Bahia
liderando os números de violência sexual entre os estados nordestinos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Sob justificativa de não haver uma cela
especial disponível para acomodar um advogado, o assassino José Luiz de Britto
Meira Júnior é mantido em prisão domiciliar em sua residência de luxo no bairro
do Rio Vermelho, local do crime.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Tal qual Luiz, a empresária Melina Esteves
França também parece gozar dos privilégios que o punitivismo reserva aos ricos;
acomodada em seu “bem localizado” apartamento ela lida apenas com o inconivente
de uma tornozeleira eletrônica, enquanto Raiana Ribeiro se recupera no HGE após
pular do terceiro andar numa tentativa desesperada de fugir das agressões de
sua ex-patroa ocorridas no tempo que trabalhou de babá; o caso fez vir a tona
relatos de 11 outras ex-funcionárias de Melina, todas agredidas por ela
enquanto trabalhavam naquele apartamento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">PERSEGUIÇÃO CLASSISTA AOS PAREDÕES</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Na esteira dessas ações endossadas por Rui
Costa vem a tona sua recente empreitada em conjunto com Bruno Reis visando a
criminalização e perseguição sistemática das populações periféricas que
integram os chamados paredões na Bahia. (novamente, apesar do verniz de
político de esquerda, Rui se mostra mais reacionário e perigoso que grande
maioria dos quadros de direita do estado.) Seu grande parceiro no lobby de tal
punitivismo, o prefeito de Salvador, já deixou claro que “todas as solicitações
de alvará para paredões serão indeferidas”, ao mesmo tempo que defende (e
estimula) os chamados eventos testes no município.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A questão nunca foi a saúde pública ou os
protocolos de prevenção a COVID-19, muito menos o suposto combate ao tráfico e
uso de substâncias psicoativas; a real pauta é criminalizar a periferia em cada
mínimo detalhe possível, gentrificar tudo fora do escopo do que a burguesia
baiana considera aceitável/desejável. Afinal, tanto Rui quanto Bruno Reis a
muito tempo vêm forçando reaberturas de comércios e escolas contra qualquer
protocolo ou bom senso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A própria mudança de discurso das partes
envolvidas é cínica a despeito de qualquer tentativa de camuflar os interesses
escusos, intercambiando argumentos e justificativas que lhes sejam convenientes
no momento. As facções seguem agindo a todo vapor com ou sem os paredões, assim
como as festas de “até 1200 pessoas” na capital baiana não parecem risco algum
em tempos pandêmicos (obviamente, caso sejam advindas das classes ricas.)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Fontes:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://atarde.uol.com.br/bahia/salvador/noticias/2197410-apos-serie-de-crimes-policia-civil-lanca-operacao-barra-em-paz">https://atarde.uol.com.br/bahia/salvador/noticias/2197410-apos-serie-de-crimes-policia-civil-lanca-operacao-barra-em-paz</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/10/22/pm-atira-pelas-costas-e-mata-homem-rendido-de-maos-para-cima-em-salvador.htm">https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/10/22/pm-atira-pelas-costas-e-mata-homem-rendido-de-maos-para-cima-em-salvador.htm</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://www.metro1.com.br/noticias/bahia/112544,todas-as-vitimas-de-violencia-policial-na-bahia-em-2020-eram-homens-negros-aponta-estudo">https://www.metro1.com.br/noticias/bahia/112544,todas-as-vitimas-de-violencia-policial-na-bahia-em-2020-eram-homens-negros-aponta-estudo</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/10/patroa-suspeita-de-carcere-privado-de-baba-na-ba-tera-de-usar-tornozeleira-eletronica.shtml">https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/10/patroa-suspeita-de-carcere-privado-de-baba-na-ba-tera-de-usar-tornozeleira-eletronica.shtml</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/futuro-ceifado-bahia-registra-114-homicidios-contra-criancas-e-adolescentes-em-2-anos/">https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/futuro-ceifado-bahia-registra-114-homicidios-contra-criancas-e-adolescentes-em-2-anos/</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://atarde.uol.com.br/bahia/noticias/2198092-bahia-lidera-os-numeros-de-violencia-sexual-no-nordeste-mostra-levantamento">https://atarde.uol.com.br/bahia/noticias/2198092-bahia-lidera-os-numeros-de-violencia-sexual-no-nordeste-mostra-levantamento</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2021/10/19/feminicidios-bahia-registra-mais-de-65-casos.ghtml">https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2021/10/19/feminicidios-bahia-registra-mais-de-65-casos.ghtml</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://atarde.uol.com.br/bahia/noticias/2197716-casos-de-feminicidios-crescem-118-na-bahia-entre-2020-e-2021">https://atarde.uol.com.br/bahia/noticias/2197716-casos-de-feminicidios-crescem-118-na-bahia-entre-2020-e-2021</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://oglobo.globo.com/brasil/direitos-humanos/reus-de-classe-media-alta-se-esquivam-de-penas-mais-severas-em-casos-de-violencia-domestica-feminicidio-25245705">https://oglobo.globo.com/brasil/direitos-humanos/reus-de-classe-media-alta-se-esquivam-de-penas-mais-severas-em-casos-de-violencia-domestica-feminicidio-25245705</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://www.metro1.com.br/noticias/bahia/113345,ciganos-pedem-instalacao-de-cpi-na-alba-para-apurar-assassinatos-em-conquista">https://www.metro1.com.br/noticias/bahia/113345,ciganos-pedem-instalacao-de-cpi-na-alba-para-apurar-assassinatos-em-conquista</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2021/10/13/nao-vamos-permitir-nenhuma-festa-de-paredao-na-bahia-diz-rui-costa-apos-chacina-com-seis-mortos-e-12-feridos.ghtml">https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2021/10/13/nao-vamos-permitir-nenhuma-festa-de-paredao-na-bahia-diz-rui-costa-apos-chacina-com-seis-mortos-e-12-feridos.ghtml</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://atarde.uol.com.br/politica/noticias/2197602-todas-as-solicitacoes-de-alvara-para-paredoes-serao-indeferidas-diz-bruno-reis">https://atarde.uol.com.br/politica/noticias/2197602-todas-as-solicitacoes-de-alvara-para-paredoes-serao-indeferidas-diz-bruno-reis</a><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://fase.org.br/pt/informe-se/noticias/todo-apoio-a-luta-dos-povos-indigenas-na-bahia/">https://fase.org.br/pt/informe-se/noticias/todo-apoio-a-luta-dos-povos-indigenas-na-bahia/</a><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://apiboficial.org/2021/10/25/grileiro-lucas-lessa-tenta-atropelar-lideranca-indigena-no-territorio-de-comexatiba/">https://apiboficial.org/2021/10/25/grileiro-lucas-lessa-tenta-atropelar-lideranca-indigena-no-territorio-de-comexatiba/</a>
<o:p></o:p></span></p></div><p><br /> </p>Fórum Anarquista Especifistahttp://www.blogger.com/profile/04229677336169193480noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7216708097843572127.post-3846672627329195272021-09-08T08:42:00.001-07:002021-09-08T08:42:49.466-07:00<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-LC5X_Q7ho2w/YTjZWdyDrEI/AAAAAAAAAKg/YmVvtu_dPcY947WEkNbr2bEMJBvBpqexwCLcBGAsYHQ/s1080/WhatsApp%2BImage%2B2021-09-04%2Bat%2B19.56.04.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-LC5X_Q7ho2w/YTjZWdyDrEI/AAAAAAAAAKg/YmVvtu_dPcY947WEkNbr2bEMJBvBpqexwCLcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2021-09-04%2Bat%2B19.56.04.jpeg" width="320" /></a></div><p><br /></p><h2 style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica; font-size: large;">A DETURPAÇÃO DO SETEMBRO AMARELO</span></h2><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="line-height: 150%;"><span style="font-size: medium;">Começado em 2015 como
tática de prevenção ao crescente número de suicídios, o Setembro Amarelo (do
dia 01 ao 31 do mês) é um momento em que diversas ONGs e iniciativas públicas e
privadas se dedicam a discutir não só o suicídio, mas a saúde mental do povo
brasileiro. Uma nobre iniciativa que, entretanto, em suas intervenções de
maiores repercussões midiáticas apresentam apenas soluções para o combate dos
sintomas, sem atentar que a grande doença (o capitalismo) precisa ser contestada
para que finalmente possamos falar em saúde mental do povo brasileiro.<o:p></o:p></span></span></p><div>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="line-height: 150%;"><span style="font-size: medium;">Na perspectiva de autores
como Fromm e Guinsberg<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Setembro%20Amarelo.docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
o meio social oferece aos indivíduos modelos de estruturação e funcionamento da
personalidade, e a subjetividade dos mesmos é constituída de acordo com tais
modelos. Observando atentamente as crises políticas e sociais do Brasil na
última década, é inegável pontuar que a insegurança alimentar, o desemprego, as
crises parlamentares além da desesperança que paira entre jovens e adultxs
quanto a qualidade de vida familiar e individual, são fatores extremamente
agravantes do quadro mental da população. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="line-height: 150%;"><span style="font-size: medium;">Nesse ensejo, parte das
campanhas do Setembro Amarelo que invadem os ambientes familiares através da
televisão e internet fazem o desserviço de depositar no indivíduo as
ferramentas necessárias para vencer quadros de depressão e ansiedade. Slogans como: “Você é forte”; “Procure
relaxar”; “Medite”; “Estamos juntos”, são algumas das inúmeras frases de efeito
de uma campanha branca e burguesa que reforça a meritocracia.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="line-height: 150%;"><span style="font-size: medium;">Para um simples exemplo
usaremos o cotidiano de trabalhadorxs em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro
e Salvador que além de terem turnos de mais de 08 horas de trabalho precisam de
transportes públicos lotados para se locomoverem, ganhando um salário mínimo
que mal paga transportes e alimentação super inflacionada e as necessidades
familiares. Em que momento estes indivíduos poderão “meditar” para combater a
ansiedade e/ou depressão?<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="line-height: 150%;"><span style="font-size: medium;">Um “Setembro Amarelo”
branco e burguês só serve para adestrar a massa trabalhadora e reforçar os
ideais neoliberais. Descolonizar essas campanhas é necessário para falarmos a
partir da realidade dxs subalternizadxs, precisamos de ações que mirem no
combate ao capital e ao neoliberalismo, os principais vilões da saúde mental do
povo brasileiro. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="line-height: 150%;"><span style="font-size: medium;">Campanhas por Vida Digna
e soberania alimentar; organizações insurgentes dos povos indígenas,
quilombolas e sertanejos; a Teia dos Povos, a Reaja e grupos políticos como os
anarquistas são algumas das inúmeras formas existentes de contestação a esse
modelo. Combater o capitalismo e ressignificar o trabalho é uma forma potente
de suprimir os transtornos que assolam a saúde mental da população. Uma
comunidade forte, com indivíduos lutando ombro-a-ombro é o verdadeiro slogan
para um Setembro Amarelo. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="line-height: 150%;"><span style="font-size: medium;"> </span></span></p>
<div><!--[if !supportFootnotes]--><span style="font-size: medium;"><br clear="all" />
</span><hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Setembro%20Amarelo.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>
CAMBAÚVA, Lenita Gama; SILVA JUNIOR, Mauricio Cardoso da. Depressão e
neoliberalismo: constituição da saúde mental na atualidade. Psicologia: ciência
e profissão, v. 25, p. 526-535, 2005.<o:p></o:p></span></p>
</div>
</div></div><p><span style="font-size: medium;"> </span></p>Fórum Anarquista Especifistahttp://www.blogger.com/profile/04229677336169193480noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7216708097843572127.post-1663045113930682582021-08-29T15:40:00.003-07:002021-08-29T15:40:47.812-07:00<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-iSsHD5axzKU/YSwMF1OH82I/AAAAAAAAAKY/iOByha0wRzMYIEtxBoLplPWE9eJ8KV7HQCLcBGAsYHQ/s1200/WhatsApp%2BImage%2B2021-08-29%2Bat%2B19.17.55.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="666" data-original-width="1200" height="194" src="https://1.bp.blogspot.com/-iSsHD5axzKU/YSwMF1OH82I/AAAAAAAAAKY/iOByha0wRzMYIEtxBoLplPWE9eJ8KV7HQCLcBGAsYHQ/w349-h194/WhatsApp%2BImage%2B2021-08-29%2Bat%2B19.17.55.jpeg" width="349" /></a></div><br /><p></p><p></p><h1 style="line-height: 150%; text-align: center;"><span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: georgia; font-size: large;">Visibilidade Lésbica: afeto e resistência em
nossos meios políticos </span></span></h1><div><span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: georgia; font-size: large;"><br /></span></span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="background: white; color: #262626; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: georgia;">Refletir sobre lesbianidades e lutas anarquistas é, num primeiro
impulso, a procura por nomes e materiais s</span></span><span style="font-family: georgia;"><span style="background: white; color: #262626; font-size: 12pt; line-height: 150%;">obre lésbicas anarquistas visíveis na
história, busca essa que nos apresenta uma lacuna de referências. Se perguntar
o porquê dessas ausências nos leva a duas questões: em</span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> primeiro lugar, a invisibilidade feminina
dentro de diversos movimentos, dada por questões estruturais de machismo e
misoginia; e em segundo, o agravamento dessa condição quando pensamos em
mulheres lésbicas, invisibilizadas também graças à lesbofobia. <o:p></o:p></span></span></p><div><span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: georgia;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">A lesbianidade e as questões em torno dela são
sistematicamente envoltas em invisibilidade, a história de mulheres lésbicas
tem sido reincidentemente apagada ou não levada em conta em diversos contextos.
Visto que a lesbianidade é uma rachadura na norma, uma ameaça à estrutura
heteropatriarcal dominante na nossa sociedade, o que explica o grande esforço
pelo seu apagamento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Assim, apesar da predominância masculina também
nos nossos meios anticapitalistas, é possível encontrar referências a mulheres
anarquistas, a exemplo de nomes como Maria Lacerda de Moura, <span style="background: white;">Lucy Parsons</span><span style="background: white; color: #555555; mso-highlight: white;">, </span>Espertirina
Martins e Emma Goldmann. Goldmann, inclusive, foi uma importante teórica anarquista
que levantou, em sua trajetória, a bandeira do não preconceito contra lésbicas
e gays, sendo criticada até dentro de contextos libertários, afinal mesmo o
movimento anarquista em sua época não estava livre de discriminações contra
sujeitos LGBTQIA+<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Visibilidade%20L%C3%A9sbica%20FAE.docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><sup><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">[1]</span></sup><!--[endif]--></sup></a>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Contudo, nenhuma dessas mulheres citadas é
lésbica, até onde se sabe. Um dos poucos nomes, em destaque, de anarquistas
publicamente lésbicas é o de Lucía Sánchez Saornil. Lucia
foi uma <span style="background: white; mso-highlight: white;">militante anarquista
e feminista, poeta espanhola, conhecida por ser uma das fundadoras do <i>Mujeres Libres</i>, importa</span><span style="background: white; mso-highlight: white;">nte
organização autônoma de mulheres anarquistas, nascida da necessidade de resistência ao machismo fora e dentro
dos meios libertários.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A organização
se articulava pela busca do que elas chamavam de
‘‘luta dupla’’, pela emancipação social anarquista e pela emancipação feminina.
A <i>Mujeres
Libres </i>teve grande expressividade durante a Guerra Civil Espanhola e é ainda hoje uma referência importante no debate de
gênero e anarquismo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Lucia
também serviu na <i>Confederación Nacional
del Trabajo (CNT)</i> e na Solidaridad<i>
Internacional Antifascista (SAI)</i></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> e, entre outras coisas, publicou em gazetas importantes na década
de </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">1920, usando por vezes
pseudônimos masculinos para adentrar esses espaços. Ela conseguiu o feliz feito
de explorar temáticas lésbicas em um período em que qualquer ruptura com
a heterossexualidade era criminalizada e as vozes femininas eram secundarizadas, ainda
assim pouco conhecemos da sua história em nossos meios.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ser lésbica era uma condição política e afetiva
constitutiva da sua identidade. Lucia Sánchez, além de ter sido perseguida
enquanto anarquista, também o foi enquanto uma mulher que amava outras mulheres.
Essas identidades não estavam separadas, ela, sem dúvida, tratou sua
sexualidade como parte da sua luta e da forma como percebia o mundo e os e as
companheiras a sua volta. Contudo, raramente a sexualidade das mulheres é
considerada no estudo das suas trajetórias de resistência e, na maioria das
vezes, supõe-se, de antemão, que eram/são heterossexuais. <o:p></o:p></span></p>
<div><!--[if !supportFootnotes]--><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Então, além de buscar por essas referências, é
importante refletir o porquê a sexualidade é empurrada para um local de menor
importância. <span style="background: white; color: #262626; mso-highlight: white;">Por
que a sexualidade é, por tantas vezes, tida como um pauta considerada
subjetiva, identitária e individualizada? Por que não politizamos nossas
sexualidades e buscamos compreendê-las como parte dos sistemas de dominação ou
das práticas de revolução? </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="background: white; color: #262626; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Sendo que </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">a luta das mulheres
tem nos ensinando, há muito tempo, sobre como <b>o privado é politico</b>, e
sabemos que, por mais que se venda uma ideia de que nossas sexualidades dizem
respeito apenas com quem nós fazemos sexo ou não, elas são muito mais do que
isso. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">A heterossexualidade, por exemplo, não é apenas
uma opção ou gosto pessoal que livremente acontece, ela se inscreve muito mais
como uma cultura, um sistema, há instituições comprometidas com a sua
manutenção e que se beneficiam dela. A heterossexualidade compulsória (RICH,
2010 [1982])<span style="color: red;"> </span>serve ao capitalismo, mantendo
mulheres subservientes a uma lógica de produção e reprodução que é fundamental
a esse sistema econômico\político da nossa sociedade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Assim, ser
uma mulher lésbica pode também ser lido como uma maneira de subverter lógicas
repressoras e normativas.</span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> Nesses termos,
podemos pensar como as lesbianidades têm potencial para extrapolar as relações
afetivas-sexuais privadas, constituindo outras formas de interação e
solidariedade entre mulheres, que podem modificar culturalmente as rivalidades
e subserviência empurradas para as populações socialmente disciplinadas como
femininas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">A visibilidade das nossas sexualidades é,
portanto, política. E, assim sendo, é preciso pensar de maneira política as
relações, sejam elas hegemônicas ou marginalizadas, retirando-as também de um
campo liberal que as identificado apenas como orientações isoladas, identidades
desligadas de questões estruturais e por isso não dialogada em nossas teorias e
práticas anarquista. Como nos lembra Audre Lorde:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 106.2pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">[...] esse é o estandarte do cinismo da direita,
encorajar membros de grupos oprimidos a agir uns contra os outros, e por tanto
tempo a gente é dividida por causa de nossas identidades particulares que nós
não podemos juntar-nos todos juntos numa ação política efetiva. (LORDE, 2017
[1983], p. 6)</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 106.2pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Lorde também afirma que nossa libido não é
apenas a energia sexual que empregamos nas relações amorosas, mas, sim, uma
energia que nos move para produzir outras formas de discursos, para trabalhar e
lutar. Baseadas nisso, podemos afirmar que nossos desejos, afetos e relações
são também vitais nas batalhas que travamos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">É preciso resgatar a história da movimentação
expressiva de grupos e militantes lésbicas no Brasil e na América Latina, a
exemplo disto temos o GALF - Grupo de Ação Lésbica Feminista, que chegou a se
replicado no Peru, e que foi o responsável pela revista<i> Chana com Chana</i>, considerada a primeira publicação lésbica do
pais. A <i>Chana com Chana</i> chegou a
fazer referência direta às <i>Mujeres Libres</i> e, frequentemente, trazia debates
com temas libertários, como a noção de autonomia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Em 1983, em São Paulo, o GALF protagonizou o
caso do levante do <i>Ferro’s Bar</i>, onde
houveram protestos contra a repressão frequente a mulheres lésbicas e, inclusive,
a proibição da venda do <i>Chana com Chana</i>. Esse episódio foi o motivo do 19 de agosto
ser nacionalmente considerado o Dia do Orgulho Lésbico, e é preciso que não nos
esqueçamos dessas origens. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">A história dos movimentos lésbicos é marcada por
resistência e rebeldia. Autoras e militantes lésbicas foram essenciais para
trazer à tona debates relevantes como o de violências simultâneas,
interseccionais, abordadas por exemplo pelo <span style="background: white; color: #202122; mso-highlight: white;">Coletivo feminista negro <i>Combahee River</i>, composto por </span><span style="color: #202122;">mulheres negras, heterossexuais e lésbicas, dentre elas
importantes autoras lésbicas negras co<span style="background: white; mso-highlight: white;">mo Aude Lorde e Cheryl Clarke. <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Podemos lembrar também das contribuições de Ochy
Curiel – antropóloga social afro-dominicana e lésbica - que denuncia o caráter
heterossexual da construção do Estado e da ideia de Nação em seus trabalhos.
Ela também busca politizar a lesbianidade para além de apenas uma ‘‘orientação
sexual’’, como também o faz Dorotea Gómez Grijalva - uma teórica <i>maya </i>da Guatemala<i> - </i>que defende a proposta de uma ‘‘lesbianidade política’’. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="background: white; color: #202122; font-size: 12pt; line-height: 150%;">No Brasil, a </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Heretika, um
editorial independente de difusão lesbofeminista e anticapitalista, tem feito o
excelente trabalho de tradução e difusão de
textos de autoras lésbicas, feministas negras e anticapitalistas,
democratizando assim, através de zines, o alcance dessas escritas e reflexões.
Enquanto grupos anarquistas, precisamos também nos apropriar desses
conhecimentos em nossas formações internas e públicas. Mesmo quando não diretamente
anarquistas, muitas dessas produções podem contribuir para o enriquecimento da
nossa teoria e prática cotidiana. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mulheres lésbicas sofreram, historicamente, de
uma extrema exclusão, seja nos movimentos [hetero]feministas, por aquelas que
não queriam ser ‘‘confundidas com lésbicas’’, seja nos espaços mistos não
heterossexuais, dominados por homens gays que monopolizavam as pautas. Bem como
nas esquerdas, onde os partidos políticos subestimaram, invisibilizaram e
diminuíram as lutas consideradas “homossexuais” de maneira geral e mesmo e
mesmo vertentes anarquistas que cristalizaram o debate de classe como central e
não se propuseram a tecer uma compreensão interseccional desse debate<span style="color: red;">. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Assim, podemos nos perguntar: Grupos anarquistas
têm sido um espaço de acolhimento ou de exclusão para mulheres lésbicas?
Companheiros e companheiras heterossexuais têm pautado suas lesbofobias
internalizadas? Continuamos reproduzindo modelos de militância masculinistas? <span style="background: white; color: #262626; mso-highlight: white;">Temos oportunidade
para debater sobre nossos afetos nos espaços de resistência?<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="background: white; color: #262626; font-size: 12pt; line-height: 150%;">As lesbianidades são múltiplas. Existimos lésbicas negras, periféricas,
mães, gordas, pessoas com deficiência, trabalhadoras rurais, indígenas. E
quanto mais interseccionados são esses corpos lésbicos mais violências recebem.
Também do Estado, da polícia e do mercado de trabalho capitalista. Quanto menos
feminilizadas mais excluídas dos espaços profissionais que lucram com a venda
hipersexualizada dos corpos femininos. </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Assim,
mulheres lésbicas são por vezes enxergadas como não úteis, um empecilho, para
esse sistema de produção\reprodução. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Políticas públicas para a população LGBTQIA+ são
importantes conquistas, obtidas através de lutas, mas são também frágeis e
desmontadas a cada mudança autoritária de governo. Ademais, as políticas
instituídas até aqui secundarizam a segurança e saúde de mulheres que se
relacionam com mulheres. É preciso também pautar a radicalização dessas lutas,
visto que autogestão e autonomia têm sido, historicamente, palavras e ações
caras à sobrevivência das lésbicas. Como nos lembra uma das reflexões da
Heretika: <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Não por acaso, mulheres rebeldes e insubmissas
são negativamente acusadas de serem lésbicas. Em diferentes momentos, a
lesbianidade, tida como uma disfunção, representou e ainda representa uma
ameaça à norma de instituições como a Igreja, a Família nuclear e o próprio
Estado. O fato de a lesbianidade ser tão temida e reprimida pelo Estado,
revela-nos que há potência e força política no amor entre as mulheres.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Concluo então com essa reflexão e chamada para
articulação: Em que medida a luta anarquista pode contribuir com as lutas
lésbicas, e em que medida as lutas lésbicas podem contribuir com as lutas
anarquistas ?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 106.2pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Referências :<o:p></o:p></span></p>
<p class="Default" style="line-height: 150%; text-align: justify;">LORDE, Audre. <b>Os
Usos do Erótico: O Erótico como Poder</b>. Traduzido por Tatiana Nascimento dos
Santos – dezembro de 2009.<b> R</b>etirado
de Sister Outsider, 1984. In Textos
escolhidos de Audre Lorde<b>. </b>Editora Heretika (PDF)<o:p></o:p></p>
<p class="Default" style="line-height: 150%; text-align: justify;"> </p>
<p class="Default" style="line-height: 150%; text-align: justify;"> LORDE, Audre<b> Transformando o silencia em linguagem e
ação. Traduzido de </b>Audre
Lorde - "Irmã Estrangeira" (Sister Outsider), Ensaios e Conferências,
1984.In Textos escolhidos de Audre Lorde.
Editora Heretika (PDF)<o:p></o:p></p>
<p class="Default" style="line-height: 150%; text-align: justify;"> </p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">RICH, Adrienne.
<b>Heterosexualidade compulsória e existência lésbica</b>. Bogoás. n. 05 | 2010 | p. 17-44<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Lucía Sánchez Saornil</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">. 2013.
Disponível em :</span><u><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">https://www.anarquista.net/lucia-sanchez-saornil/.
Acesso em : 25 de ago 2021</span></u><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></p>
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Visibilidade%20L%C3%A9sbica%20FAE.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><sup><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-size: 11pt; line-height: 107%;">[1]</span></sup><!--[endif]--></sup></a><span style="font-size: 10.0pt;"> Sigla que busca abrange a diversidade de sexualidades
e identidades de gênero, sendo Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transsexuais, Queers, Intersexo, Assexuais e o + sinalizando a possibilidade de
outras identificações. <o:p></o:p></span></p>
</div>
</div></span></span></div><p><br /></p>Fórum Anarquista Especifistahttp://www.blogger.com/profile/04229677336169193480noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7216708097843572127.post-17247615745531097512021-08-03T15:51:00.002-07:002021-08-03T15:55:21.681-07:00DE OLHO NO AGORA<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-_gTPLHFxppQ/YQnFEsOaA2I/AAAAAAAAAJs/pkJ2_g3Fg4cJGCwtAHvxC62gx4t037j3gCLcBGAsYHQ/s2000/DE%2BOLHO%2BNO%2BAGORA.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="2000" height="277" src="https://1.bp.blogspot.com/-_gTPLHFxppQ/YQnFEsOaA2I/AAAAAAAAAJs/pkJ2_g3Fg4cJGCwtAHvxC62gx4t037j3gCLcBGAsYHQ/w346-h277/DE%2BOLHO%2BNO%2BAGORA.png" width="346" /></a></div><br /><p></p><p><br /></p><p><br /></p><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-weight: bold;">A militância no anarquismo
especifista se dá no dia a dia, na luta popular, na construção de formas
autônomas de vida, no embate contra o autoritarismo/governismo, e na busca
incansável por uma sociedade mais justa e libertária. E para que tudo isso aconteça é importante
que tomemos conhecimento da realidade ao nosso redor, das dificuldades que nós
enquanto povo enfrentamos na rotina diária da correria, para que saibamos mais
como agem nossos inimigos de classe, e assim possamos melhor combate-los. <o:p></o:p></span></p><p></p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-weight: bold;">
</span></p></blockquote><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><br />Por perceber a importância
de se ligar no que rola na Bahia, iniciaremos uma série de textos de análises
de conjuntura no cenário baiano, também refletindo como o panorama nacional
atinge nosso local de luta.</span></div></span><p>
</p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;"><u>DE
OLHO NO AGORA - A BAHIA E O BRASIL EM JUNHO E JULHO </u></span></span></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><span style="font-family: helvetica;"><u><br /></u></span></b></div><b><span style="font-family: helvetica;"><u><br /></u></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></b><p></p><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"> </span></b></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
</p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 1cm;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">VIOLÊNCIA E DESEMPREGO<o:p></o:p></span></b></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Antes mesmo de junho chegar, os
boletins publicados no último dia de maio nos informavam que a Bahia ocupou no
primeiro trimestre de 2021 o primeiro lugar no ranking de mortes violentas
registradas no país<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[1]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a>. No
dia 22 de Junho, em pleno São João, um novo boletim publicado nos informava que
o</span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #555555; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">estado teve em 2020 um aumento de 137,5% de trans
assassinadas violentamente em relação a 2019<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[2]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a>. Em meio a
esse cenário, o governo de Rui Costa continua seu silêncio sobre o caso do
menino Micael Silva, (que completou um ano no dia 14 de junho e que segue sem apuração
e nem resposta) ampliando a certeza do comprometimento do governo baiano com o
genocídio sistemático da população negra<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[3]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a>. Enquanto
isso, os agrupamentos opositores e partidários do governo estadual empurram uns
para os outros a culpabilidade dos índices, cada vez mais alarmantes, de
criminalidade no interior e na capital.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Por outro lado, o desemprego se
espalha pelos municípios baianos cerceando as possibilidades de vida digna para
mais de 1,386 milhão de cidadãos. Segundo pesquisas divulgadas no fim de maio
pelo IBGE, a taxa de desemprego nos primeiros meses de 2021 atingiram 21,3% da
população na Bahia, que é muito acima da média nacional, configurando-se como a
maior do país<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[4]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a> .</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 1cm;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">AS
ESQUERDAS E OS PROTESTOS DE RUA <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Os
atos de protesto no 29 de maio contra Bolsonaro (inicialmente mobilizados por
vários movimentos sociais e que na sua véspera no dia 28 já tinham confirmadas
186 manifestações<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>),
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>representou segundo alguns analistas um
novo ciclo de lutas<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
que se abre ante ao desgate institucional e popular do governo genocida. Mas é
preciso ressaltar que se o campo multifacetado da esquerda conseguiu enfim
articular algum nível de mobilização contra a aterradora gestão atual da
calamidade pública, isso se deu principalmente por fora das linhas do Estado.
Os principais partidos ditos de esquerda em um primeiro momento se lançaram
contra a mobilização dos atos<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, ora sinalizando que seria
um atentado contra as medidas sanitárias, ora indicando que o correto seriam
atos virtuais e simbólicos. Porém, mediante a força da mobilização ao redor do
Brasil, resolveram apoiar os atos de última hora e tentar capitanear ao máximo
esse ganho político para as próximas eleições. Essa estratégia não só deu certo
em alguma medida, que o PT na Bahia desde cedo já anunciava seu apoio para os
atos seguintes do dia 19 de junho.<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Essa ambiguidade na postura da esquerda
autoritária é compreensível se observarmos um pouco mais de perto o seu cálculo
político. Que se baseia no desgaste lento e gradual do governo Bolsonaro até às
eleições, ao mesmo tempo que não toma a linha de frente desse combate. Essa
estratégia traria duas benesses, a primeira seria a de preservar a imagem dos
seus partidos e candidatos contra toda animosidade que uma crítica mais
contundente traria, deixando-os mais à vontade na articulação com todo o campo
institucional ( vide FHC declarando voto a Lula<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, e Marcelo Freixo saindo
do PSOL e indo para o PSB<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>); e em segundo lugar
deixaria Bolsonaro enfraquecido para a disputa eleitoral, quando enfim o arauto
da vez da esquerda autoritária <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>poderia
se mostrar mais livremente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">No
entanto, essa estratégia de inércia fingida tem seus riscos, e não mobilizar de
forma alguma suas bases eleitoreiras pode fazer com que tais partidos não
tenham fôlego no pleito de 2022. Isso se mostrou claramente no 1º de maio, que
sendo uma data da classe trabalhadora teve pela primeira vez nos últimos anos
uma mobilização considerável por parte dos segmentos reacionários. O que não é
desprezível tendo em vista o que essa data representa e a força que tem em outros
países da América Latina. Por outro lado apoiar uma instabilidade política
ainda maior faz com que tal esquerda autoritária diminua a previsibilidade de
seus cálculos para 2022. Sendo assim, como ficou evidenciado a amplitude de
tais atos, tais partidos preferiram dar um apoio envergonhado do que ficar de
fora totalmente, o que poderia manchar suas reputações de alguma forma. Na
prática o que se viu foi uma presença marcada pelos movimentos sociais, esquerdas
libertárias e esquerdas institucionais que em boa parte dos atos capitanearam
para si os atos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
adesão partidária se confirmou nos atos do dia 19 de junho (com 408 atos confirmados)<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn11" name="_ftnref11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, o de 3 de julho (com 119
atos confirmados)<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn12" name="_ftnref12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> e 24 de julho (com 284
atos confirmados)<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn13" name="_ftnref13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, em um cenário que a
imagem do governo começa a entrar em índices de rejeição cada vez mais altos.<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn14" name="_ftnref14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Isso se dá mediante os
escândalos quase que diários da CPI da covid que revelam várias tramas de
corrupção envolvendo as compras das vacinas.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Desse modo, em termos de disputa da opinião pública os atos tem
reforçado a rejeição ao governo genocida que se revela cada mais insustentável
em manter mobilizada sua base. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Por
outro lado, por parte da esquerda institucional o que se vê é um cuidado para
que os atos não escalem novos tensionamentos contra a ordem vigente, e se
mantenham dentro do ordenamento jurídico burguês; uma vez que se mantendo dentro
do recharço institucional previsto, a trilha eleitoreira segue bem sucedida. Nesse
sentido é que se compreende o porquê de setores partidários contribuírem para a
criminalização de táticas como black blocks, o que trouxe à baila novamente
várias discussões sobre a legitimidade ou não de radicalização em protestos, de
modo semelhante ao que ocorreu em 2013. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">EDUCAÇÃO PÚBLICA<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ainda
no mês de junho foi decretado pelo governo do estado o retorno das aulas
semipresenciais, a ser condicionado pelas as taxas de contaminação e internação<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn15" name="_ftnref15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, porém é preciso
ressaltar que estudos recentes apontam que em São Paulo <span class="highlight">professorxs que trabalharam presencialmente nas escolas tiveram
risco quase três vezes maior de desenvolver Covid-19</span> do que a
população da mesma faixa etária no estado. Além do mais foi constatado que o
número de contratos de trabalho no setor de educação encerrados por motivo de
morte <span class="highlight"><b>cresceu 128%</b></span> de janeiro a
abril deste ano, se comparado ao mesmo período do ano passado.<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn16" name="_ftnref16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[16]</span></span></span></span></a></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-782r-WbSrtA/YQnGki2f0wI/AAAAAAAAAJ4/9TaID44yQ_oWMnba9uanr__wsziPlyolwCLcBGAsYHQ/s600/sg.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="384" data-original-width="600" height="330" src="https://1.bp.blogspot.com/-782r-WbSrtA/YQnGki2f0wI/AAAAAAAAAJ4/9TaID44yQ_oWMnba9uanr__wsziPlyolwCLcBGAsYHQ/w515-h330/sg.jpg" width="515" /></a></div><br />
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Associando
isso ao fato de que assistimos um aumento dramático dos contágios em diversos
países nos quais a variante delta da Covid-19 tem se propagado<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn17" name="_ftnref17" style="mso-footnote-id: ftn17;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[17]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, vemos que caso essa
abertura presencial se estenda a toda a rede de educação do estado, o que pode
ocorrer é um aumento vertiginoso de internações e mortes dxs profissionais da
educação. Vale lembrar que esse aumento da contaminação por parte da variante
delta tem se mostrado em países com um alto grau de controle e monitoramento
das contaminações o que é bem distinto de nossa realidade sanitária.<a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftn18" name="_ftnref18" style="mso-footnote-id: ftn18;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[18]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a><span style="font-size: 10pt;"> </span><a href="https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2021/05/31/monitor-da-violencia-ba-e-responsavel-por-135percent-das-mortes-violentas-registradas-no-1o-trimestre-de-2021-em-todo-o-pais.ghtml"><span style="color: #1155cc; font-size: 10pt;">https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2021/05/31/monitor-da-violencia-ba-e-responsavel-por-135percent-das-mortes-violentas-registradas-no-1o-trimestre-de-2021-em-todo-o-pais.ghtml</span></a><span style="font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a><span style="font-size: 10pt;"> </span><a href="https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2021/06/22/bahia-e-3o-estado-do-brasil-que-mais-matou-mulheres-trans-e-travestis-em-2020.ghtml"><span style="color: #1155cc; font-size: 10pt;">https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2021/06/22/bahia-e-3o-estado-do-brasil-que-mais-matou-mulheres-trans-e-travestis-em-2020.ghtml</span></a><span style="font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[3]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a><span style="font-size: 10pt;"> </span><a href="https://reajanasruas.blogspot.com/2021/06/micael-silva-11-anos-vitima-do-estado.html"><span style="color: #1155cc; font-size: 10pt;">https://reajanasruas.blogspot.com/2021/06/micael-silva-11-anos-vitima-do-estado.html</span></a><span style="font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[4]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a><span style="font-size: 10pt;"> </span><a href="https://atarde.uol.com.br/bahia/noticias/2170048-desemprego-na-bahia-vai-a-213-e-atinge-maior-numero-desde-2012"><span style="color: #1155cc; font-size: 10pt;">https://atarde.uol.com.br/bahia/noticias/2170048-desemprego-na-bahia-vai-a-213-e-atinge-maior-numero-desde-2012</span></a></p>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <a href="https://www.brasil247.com/brasil/29m-ja-sao-186-atos-contra-bolsonaro-confirmados-e-movimentos-indicam-medidas-de-precaucao-veja">https://www.brasil247.com/brasil/29m-ja-sao-186-atos-contra-bolsonaro-confirmados-e-movimentos-indicam-medidas-de-precaucao-veja</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <a href="https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2021/06/atos-de-29-de-maio-abrem-novo-ciclo-de-lutas-democraticas-avaliam-cientistas-sociais/">https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2021/06/atos-de-29-de-maio-abrem-novo-ciclo-de-lutas-democraticas-avaliam-cientistas-sociais/</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <a href="https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/lula-ignora-atos-de-29-de-maio-contra-bolsonaro-esquerda-viveu-dilema-sobre-ir-c3-a0s-ruas/ar-AAKwu2J">https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/lula-ignora-atos-de-29-de-maio-contra-bolsonaro-esquerda-viveu-dilema-sobre-ir-c3-a0s-ruas/ar-AAKwu2J</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn8" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <a href="https://atarde.uol.com.br/politica/noticias/2171596-pt-baiano-muda-orientacao-e-recomenda-participacao-em-novos-protestos-contra-bolsonaro">https://atarde.uol.com.br/politica/noticias/2171596-pt-baiano-muda-orientacao-e-recomenda-participacao-em-novos-protestos-contra-bolsonaro</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn9" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <a href="https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2021-03-16/fhc-diz-que-votaria-em-lula-contra-bolsonaro-em-2022---menos-pior-.html">https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2021-03-16/fhc-diz-que-votaria-em-lula-contra-bolsonaro-em-2022---menos-pior-.html</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn10" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <a href="https://valor.globo.com/politica/noticia/2021/06/11/deputado-marcelo-freixo-sai-do-psol-rumo-ao-psb-de-olho-no-governo-do-rio.ghtml">https://valor.globo.com/politica/noticia/2021/06/11/deputado-marcelo-freixo-sai-do-psol-rumo-ao-psb-de-olho-no-governo-do-rio.ghtml</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn11" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref11" name="_ftn11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <a href="https://jornalistaslivres.org/408-atos-fora-bolsonaro-no-19-de-junho-veja-a-lista/">https://jornalistaslivres.org/408-atos-fora-bolsonaro-no-19-de-junho-veja-a-lista/</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn12" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref12" name="_ftn12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <a href="https://blogs.correiobraziliense.com.br/servidor/119-atos-de-protesto-confirmados-para-24-de-julho/">https://blogs.correiobraziliense.com.br/servidor/119-atos-de-protesto-confirmados-para-24-de-julho/</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn13" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref13" name="_ftn13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <a href="https://www.diariodocentrodomundo.com.br/protestos-pelo-fora-bolsonaro-em-24-de-julho-sao-confirmados-em-15-paises-e-284-cidades/">https://www.diariodocentrodomundo.com.br/protestos-pelo-fora-bolsonaro-em-24-de-julho-sao-confirmados-em-15-paises-e-284-cidades/</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn14" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref14" name="_ftn14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <a href="https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/07/datafolha-para-63-dos-brasileiros-bolsonaro-e-incapaz-de-liderar-o-pais.shtml">https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/07/datafolha-para-63-dos-brasileiros-bolsonaro-e-incapaz-de-liderar-o-pais.shtml</a>
<o:p></o:p></p>
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<div id="ftn15" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref15" name="_ftn15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <a href="https://agenciasertao.com/2021/06/29/rui-costa-preve-retorno-das-aulas-presenciais-nos-proximos-15-dias/">https://agenciasertao.com/2021/06/29/rui-costa-preve-retorno-das-aulas-presenciais-nos-proximos-15-dias/</a>
<o:p></o:p></p>
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<div id="ftn16" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref16" name="_ftn16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[16]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <a href="https://aplbsindicato.org.br/aplb-alerta-para-os-riscos-da-volta-as-aulas-presenciais/">https://aplbsindicato.org.br/aplb-alerta-para-os-riscos-da-volta-as-aulas-presenciais/</a>
<o:p></o:p></p>
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<div id="ftn17" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref17" name="_ftn17" style="mso-footnote-id: ftn17;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[17]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <a href="https://valor.globo.com/mundo/noticia/2021/07/09/variante-delta-faz-sia-retomar-restries-contra-a-covid-19.ghtml">https://valor.globo.com/mundo/noticia/2021/07/09/variante-delta-faz-sia-retomar-restries-contra-a-covid-19.ghtml</a>
<o:p></o:p></p>
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<div id="ftn18" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/leila/Downloads/Retrato%20das%20dores%20-%20A%20Bahia%20e%20o%20Brasil%20em%20junho%20e%20julho.docx#_ftnref18" name="_ftn18" style="mso-footnote-id: ftn18;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[18]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <a href="https://www.brasil247.com/coronavirus/impulsionado-por-variante-delta-casos-de-covid-19-crescem-80-no-mundo-diz-oms">https://www.brasil247.com/coronavirus/impulsionado-por-variante-delta-casos-de-covid-19-crescem-80-no-mundo-diz-oms</a>
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</div><br /><p></p>Fórum Anarquista Especifistahttp://www.blogger.com/profile/04229677336169193480noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7216708097843572127.post-51657497532689966802021-06-06T10:12:00.002-07:002021-06-06T10:12:55.614-07:00Repensando a Saúde Mental na Pandemia<div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"> </span><span style="font-family: times; font-size: large;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-aniZKAbtPJU/YL0BsEkWXdI/AAAAAAAAAI4/Mmwgc127epE9JoTfqlDvUtRj3ZCzSYLYgCLcBGAsYHQ/s1080/Sa%25C3%25BAde%2BMental%2Be%2Ba%2BPademia.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="419" src="https://1.bp.blogspot.com/-aniZKAbtPJU/YL0BsEkWXdI/AAAAAAAAAI4/Mmwgc127epE9JoTfqlDvUtRj3ZCzSYLYgCLcBGAsYHQ/w419-h419/Sa%25C3%25BAde%2BMental%2Be%2Ba%2BPademia.png" width="419" /></a></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span> </span>Segundo a Organização Mundial de Saúde, vivemos no país com o maior índice de pessoas afetadas por ansiedade no mundo e no quinto mais depressivo, parte dos sintomas dessas doenças se manifestam e agravam entre os 10 aos 14 anos de idade levando à população jovem até os 19 anos apresentarem os primeiros sintomas. Este quadro acaba por ser despercebido por inúmeras famílias pela falta de acesso à serviço público psicológico e psiquiátrico que ensine como perceber os primeiros sinais, lidar com eles e tratá-los da maneira adequada.</span></div><span style="font-family: times; font-size: large;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><span><div style="text-align: justify;"> Infelizmente a ineficiência ou inadequação das políticas públicas que deveriam garantir ao Sistema Único de Saúde exercer a função de local de acesso, tratamento a esses indivíduos e orientação adequada de seus familiares, acaba por gerar quadros assustadores quando estudados. Os pacientes em adoecimento mental acabam por sofrer pelo o descaso do Estado no fornecimento de profissionais e medicação gratuita, além de uma estigmatização e preconceito tanto na comunidade onde estão inseridos quanto nos hospitais psiquiátricos para onde são levados - institutos que na maioria das vezes violam os direitos humanos e de cidadania de muito de seus pacientes.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span><div style="text-align: justify;"> Com o despontar da pandemia e das recomendações de isolamento e afastamento como forma de combate ao vírus, entra em cena uma nova problemática a ser considerada. O humano é um ser social, produto e produtor de sua própria realidade, tendo a subjetividade constituída em suas ações sociais, dentro de um contexto histórico determinado. Nesse sentido, a configuração do sofrimento mental, ou até mesmo da doença como uma das formas de organização dos processos vitais do sujeito, não podem ser analisadas em um vazio sócio-histórico. Ou seja, não podemos minimizar o impacto do distanciamento e do isolamento social impostos pela pandemia no processo de adoecimento mental, uma vez que são justamente a socialização e as redes de apoio familiares, sociais e comunitárias que fortalecem os sujeitos e os tornam humanos.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span><div style="text-align: justify;"> Nesse sentido, a pandemia tem produzido significativas experiências de sofrimento mental, frutos não apenas das medidas de controle do contágio do covid-19, como o distanciamento social, mas também pelo grande desamparo advindo das políticas de abandono e de genocídio que submetem ainda mais parcelas vulneráveis da população a violentas catástrofes cotidianas. Aparentemente, não há diferença de classe, raça, gênero e sexualidade no que se refere ao contágio, mas há desigualdades gritantes no que tange às formas de exposição e de adoecimento. No Brasil, com a antiga política de morte em curso, grupos sociais, como os povos tradicionais, a população em situação de rua, a população LGBTI, trabalhadores e trabalhadoras negros, dentre outros, são jogados em zonas de menor visibilidade e de maior vulnerabilidade.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span><div style="text-align: justify;"> Concomitante a isso, vivemos em uma sociedade na qual problemas de distintas naturezas são entendidos unicamente pela perspectiva biomédica, sendo assim, o sofrimento mental é patologizado e medicalizado, desconsiderando-se os determinantes e condicionantes sociais e históricos no adoecimento. Ainda não há dados epidemiológicos precisos sobre as implicações psicológicas relacionadas ao covid-19. Como temos visto no Brasil, a saúde mental do trabalhador é diretamente afetada com as condições precárias de biossegurança, as incertezas sobre a doença e a possibilidade de infectar familiares e amigos tem potencializado estados mentais com altas taxas de estresse nos trabalhadores.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span><div style="text-align: justify;"> Ressaltamos aqui a política de extermínio do presidente Jair Bolsonaro que tem ido constantemente contra às recomendações da OMS, utilizando das principais ferramentas estatais e midiáticas, contribuindo para um cenário de incertezas, de medo e de desconfiança, inclusive atacando ações decretadas por governadores dos estados que tentam minimamente sanar à crise. O brasileiro não possui, no mínimo, uma projeção de quando começará a ter uma situação de saúde mais controlada em relação ao covid-19, o que torna ainda mais difícil a manutenção dos protocolos de segurança pela população, assim como da administração da angústia frente às mudanças impostas pela pandemia.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span><div style="text-align: justify;"> Nas situações de isolamento e de distanciamento social há restrições em diferentes níveis do contato entre pessoas, as quais estão carregadas de dilemas éticos e geram importantes impactos econômicos, sociais e de saúde. A revisão de estudos sobre situações de isolamento e distanciamento aponta alta prevalência de efeitos psicológicos negativos, sobretudo, a incidência de humor rebaixado e irritabilidade, junto a um longo período de medo e insônia. Entre as situações próprias desse período de pandemia, tem-se que a impossibilidade de manutenção dos ritos culturais e religiosos no dia a dia, assim como nos velórios e funerais das vítimas, têm contribuído para agravar os processo de luto das perdas familiares e de amigos nesse período, o que pode acarretar, significativo sofrimento psíquico.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span><div style="text-align: justify;"> Temos ainda uma outra limitação no que diz respeito aos serviços de saúde mental, com a estratégia de precarização do SUS e dos serviços da área de saúde mental, percebe-se um intenso crescimento da “virtualização” dos atendimentos psiquiátricos e psicológicos, com valores muitas vezes inalcançáveis para a população dependente dessas consultas. Esse processo de transformar demandas cotidianas em dados virtuais se estende às demais classes de trabalhadores, como os professores por exemplo, que precisam conciliar os cuidados do lar com o chamado home office.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span><div style="text-align: justify;"> É notória a intensificação do sofrimento psíquico, assim como da naturalização da pobreza e das opressões sociais! A pandemia revelou de forma pungente o descaso do Estado com os vários campos que envolvem esse grande conglomerado ao qual denominamos Saúde, apesar de rotineiramente utilizamos da palavras sem termos dimensão da amplitude, ou até mesmo dizer, do conglomerado de instituições e relações de poder que a determinam, majoritariamente, desfavorecendo a classe mais pobre. Em um cenário de grandes incertezas e acentuação da ofensiva neoliberal, a luta popular por uma vida digna, e um povo forte, é cada vez mais urgente!</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Uma campanha por uma vida digna!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Uma campanha pela saúde do povo!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Uma campanha pela defesa do SUS!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por: Job Paulo/ Beatriz Oliveira</div><br /><br /></span><br /></div>Fórum Anarquista Especifistahttp://www.blogger.com/profile/04229677336169193480noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7216708097843572127.post-45870095560937720042021-05-18T05:08:00.002-07:002021-05-18T05:08:16.834-07:00CUIDAR NÃO É PRENDER !! <p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-G2PATMS6pNQ/YKOtQH7cvBI/AAAAAAAAAIo/-apQ99b4AUQWeAL22JPA9MZ69iiVCBs5gCLcBGAsYHQ/s2048/Cuidar%2Bn%25C3%25A3o%2B%25C3%25A9%2Bprender%2521.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1448" height="523" src="https://1.bp.blogspot.com/-G2PATMS6pNQ/YKOtQH7cvBI/AAAAAAAAAIo/-apQ99b4AUQWeAL22JPA9MZ69iiVCBs5gCLcBGAsYHQ/w370-h523/Cuidar%2Bn%25C3%25A3o%2B%25C3%25A9%2Bprender%2521.png" width="370" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><span style="font-size: x-small;">**A foto acima foram feitas pelo fotógrafo Luiz Alfredo durante sua visita ao hospital em 1961 e foram publicadas na revista O Cruzeiro. Elas estão também presentes no livro “Holocausto Brasileiro”, da jornalista Daniela Arbex. **</span><p></p><p><span style="font-size: x-small;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Com as mudanças comportamentais e danos psicossociais causados pela pandemia, salta aos olhos os contínuos processos de desmonte do SUS e, concomitantemente, da área psiquiátrica que vão sendo intensificados no governo Bolsonaro. De acordo com DELGADO (2019, p.1), desde a década de 1980 até o governo Temer, existiu uma mobilização social e cultural gradual e complexa da gestão pública que resultou em um crescimento relativamente firme e contínuo no que diz respeito a políticas de atenção à saúde mental da população brasileira.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O primeiro sinal desse desmantelamento vem no formato da a Emenda Constitucional (EC) 95 ou, “política do teto de gastos” como ficou conhecida, é a partir dela que temos um congelamento das verbas destinadas às instituições públicas revelando o aprofundamento da agenda neoliberal na gestão pública brasileira. A Emenda afeta o SUS e seus serviços interseccionais com a assistência social e educação impactando diretamente na área da saúde mental que mantém uma correlação com essas três áreas. Podemos inferir que o recrudescimento da agenda neoliberal já mostrava ali sua agenda de enfraquecimento dos serviços públicos básicos.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Entre 2016 e 2019 o governo brasileiro foi tomando medidas e alterando gradualmente a qualidade da prestação de serviços e atendimento à população que necessita. Esse processo se evidencia quando observamos, por exemplo, a alteração da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), dispensando a obrigatoriedade da presença do agente comunitário de saúde nas equipes de saúde da família; alteração e redução nos cadastramentos no Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e estímulo financeiro e institucional da utilização dos Hospitais Psiquiátricos como modelo central para tratamento.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Em pronunciamento oficial, a partir de uma nota técnica emitida em fevereiro de 2019, o Ministério da Saúde do governo Bolsonaro reforça seu pacto com as medidas neoliberais do governo Temer. A Nota reproduz em seu discurso o combate genérico e superficial anti-ideológico, carro-chefe da campanha bolsonarista, apresentando novos elementos que vão nortear a desconstrução dos serviços psiquiátricos, como: reforço na centralidade do tratamento em hospitais psiquiátricos, incentivo à internação de pacientes em hospitais gerais, uso de tratamento por eletroconvulsoterapia e o desmembramento entre uma lógica de saúde mental e combate às drogas, com o financiamento de comunidades terapêuticas.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Em um cenário de pandemia e eleições municipais, muitos pacientes de hospitais municipais se deparam com cenários de troca dos psicólogos e psiquiatras e/ou falta de medicação nas farmácias dos postos de saúde o que encarece e dificulta a sequência do tratamento. Levando em conta tal cenário, insistimos que analisando a junção entre a EC 95 e a nota ministerial temos uma conjuntura de sucateamento do atendimento psiquiátrico via SUS e reforço a privatização e encarceramento manicomial de uma parcela da população, ou seja, colocar esses pacientes novamente em instituições que operam sob uma ótica asilar.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: times; font-size: large;"> E o que seriam esses asilos? São instituições que têm como principais funções sociais o gerenciamento de sujeitos improdutivos, que na falta de condições de serem produtivos economicamente, são despejados, isolados e tutelados pelo saber médico. Soma-se a isso a lógica da saúde enquanto mercadoria, que consiste em uma forma de geração de lucro através da circulação de insumos e de recursos manicomiais, de modo que os “loucos” viram consumidores dos serviços.</span></span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Além disso, os hospitais psiquiátricos operam o importante papel de lugar de despejo não só dos improdutivos, mas também do sujeito que representa as contradições latentes da nossa sociabilidade, de modo que o louco, enquanto produto direto da subjetivação neoliberal, denuncia o nosso padrão normativo de organização social. Se o nosso modo de produção e de sociabilidade tem o lucro acima do bem estar do coletivo, como não sermos uma máquina de loucos? Como já dizia Fanon, “o louco é aquele que é estranho à sociedade”.</span></span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Tais instituições, em um contexto psiquiátrico, sob o disfarce de neutralidade científica e primor técnico, alienam o sujeito tomado como doente mental, o desresponsabilizando do autocuidado, de modo a criar a demanda de uma proteção médica (tutela). Desta forma, o Estado protege a sociedade do louco, e o louco de si mesmo, tirando assim, violentamente, a sua autonomia e liberdade. </span></span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Cabe ainda fazer a urgente ponte entre duas instituições: as prisões e os manicômios. Ambas são importantes mecanismos do Estado de gerenciamento e de controle social, seja pela via da tutela ou pela via da criminalização, dos sujeitos que representam o desvio social ou a perturbação da ordem. Portanto, faz-se fundamental compreender como tais instituições ao segregam para “ressocializar”, exercem o papel crucial de depósito humano, sobretudo através da coisificação da população pobre e negra, tendo assim, forte propósito eugenista sob uma base racista. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span style="background-color: white; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Um antigo lema da Luta Antimanicomial que deve sempre ser levantado é que a "liberdade é terapêutica"! E o que é o cuidado em liberdade se não a ação, com o outro, sobre a realidade a fim de transformá-la? Como já dizia Bakunin: </span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">“A liberdade do outro, longe de ser um limite ou a negação da minha liberdade, é, ao contrário, sua condição necessária e sua confirmação. Apenas a liberdade dos outros me torna verdadeiramente livre”.</span></span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Dito isso, a Luta Antimanicomial deve ser construída de forma articulada à luta política geral, e não de forma tão isolada e restrita a profissionais e usuários de serviços de saúde mental como é atualmente. Tal luta deve ser reivindicada como uma pauta urgente e que diz respeito a todos que lutam pela liberdade e pela igualdade!</span></span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: times; font-size: large;">No que diz respeito especificamente à resistência antimanicomial, vivemos uma grande crise, a qual estourou recentemente frente aos fortes ataques ao campo da atenção psicossocial nos últimos anos. Diante de um processo de despolitização do campo da saúde mental, assistimos a Reforma Psiquiátrica sofrendo um processo de manicomialização. Ao confiarmos na legalidade e na ilusão de manutenção dos direitos conquistados institucionalmente, vimos as nossas lutas sendo amortecidas, e nossos direitos duramente conquistados, sendo retirados rapidamente mediante as fortes investidas neoliberais. </span></span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">C</span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">abe relembrar o Manifesto de Bauru, no Segundo Congresso Nacional dos Trabalhadores de Saúde Mental em 1987, momento em que a Luta Antimanicomial marca a sua radicalização, colocando-se contra a destruição total das instituições asilares e da lógica manicomial, assim como contra qualquer forma de exclusão e de discriminação. Tal compromisso trouxe a necessidade inerente de aliança com a classe trabalhadora organizada e demais movimentos populares, e nesse momento de desmonte do nosso Sistema Único de Saúde e de contra reforma psiquiátrica, é urgente resgatarmos a radicalidade e tais princípios na Luta Antimanicomial para termos uma sociedade livre dos manicômios!</span></span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Em defesa de uma vida digna!</span></span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Em defesa do SUS!</span></span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Em defesa da saúde mental em liberdade!</span></span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Tortura e manicômios, nunca mais!</span></span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Por: Job Paulo / Beatriz Oliveira</span></span></p><p><span id="docs-internal-guid-2b9afbeb-7fff-23aa-d3f7-cf94827de8d5"></span> </p>Fórum Anarquista Especifistahttp://www.blogger.com/profile/04229677336169193480noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7216708097843572127.post-23375757411090545192021-03-09T06:09:00.010-08:002021-05-18T05:03:12.447-07:00Mulheres Libres<p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/--igc31br5Uo/YEeBAc5w2fI/AAAAAAAAAHQ/EQjtRBY5AsAPVV_XAV2N-BYl1Fs2ZHKoQCLcBGAsYHQ/s1080/157891431_1731575510342913_829840716648503995_n%25281%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/--igc31br5Uo/YEeBAc5w2fI/AAAAAAAAAHQ/EQjtRBY5AsAPVV_XAV2N-BYl1Fs2ZHKoQCLcBGAsYHQ/w640-h640/157891431_1731575510342913_829840716648503995_n%25281%2529.jpg" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: times;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span><span> </span><span>Nesse mês de Março, preparamos algumas homenagens às mulheres anarquistas que nos ensinaram com suas histórias e suas lutas. </span></span><span>E para começar, <span style="background-color: white; color: #262626;">saudamos as Mujeres Libres e todas as companheiras que lutam em organizações politicas ou não, pela resistência, segurança e emancipação de mulheres, em seus mais diversos e interseccionais lugares.</span></span></span></p><span style="font-family: times;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; color: #262626;"> Em 1934 nasce na Espanha o Grupo Cultural Feminino em conjunto com o grupo redator da revista ``Mujeres libres'' composto por três </span><span style="background-color: white; color: #262626;">importantes anarquistas espanholas: Lucía Sánchez, Mercedes Comaposadae Amparo Poch. A federação cresceu rapidamente e em quatro anos já tinha cerca de 20.000 integrantes, se tornando assim embrião da organização anarcofeminista Mujeres Libres, criada oficialmente em 1936.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #262626; font-size: large;"><br /></span></div><span style="background-color: white; color: #262626; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">Com grande expressividade durante a Guerra Civil Espanhola, e é ainda hoje uma referência histórica no debate de gênero e anarquismo, essa organização nasce da necessidade de resistência ao machismo fora e dentro dos meios libertários, inclusive na CNT - Confederação Nacional do Trabalho. Assim, essas mulheres se organizavam em busca do que chamavam de ‘‘luta dupla’’, pela emancipação social anarquista e pela emancipação feminina.</div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #262626; font-size: large;"><br /></span></div><span style="background-color: white; color: #262626; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">Tinham como principais bandeiras promover para mulheres educação e capacitação para o trabalho, em meio a uma grande taxa de analfabetismo, bem como a construção de locais que funcionavam como centros de apoio a mulheres prostituídas.</div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #262626; font-size: large;"><br /></span></div><span style="background-color: white; color: #262626;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Durante essa Semana faremos uma série de postagens em homenagem a algumas mulheres anarquistas que marcaram a história, começando pelas próprias organizadoras do Mujeres Libres. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"> </span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-rx1Pzh8gee4/YKOsaLiOxII/AAAAAAAAAIY/8MRQVuIZhIgd2qRYQs0rgmQ7S_LG9yblQCLcBGAsYHQ/s640/158860633_4038932512817596_5122417024234861756_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: large;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="640" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-rx1Pzh8gee4/YKOsaLiOxII/AAAAAAAAAIY/8MRQVuIZhIgd2qRYQs0rgmQ7S_LG9yblQCLcBGAsYHQ/w400-h400/158860633_4038932512817596_5122417024234861756_n.jpg" width="400" /></span></a></div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="text-align: left;"> Lucía Sánchez Saornil é um dos pouco nomes de anarquistas publicamente lésbicas e é com ela que abrimos nossa semana.</span><br style="text-align: left;" /><br style="text-align: left;" /><span style="text-align: left;"><span> </span>Se conhecer a história de mulheres no anarquismo ou em outros movimentos sociais já é um processo de analise de apagamentos, por conta do machismo, conhecer a história de mulheres lésbicas é uma duplo desafio, graças a lesbofobia que invisibiliza suas trajetorias. Por isso mesmo, saudamos sua memória e luta.</span><br style="text-align: left;" /><br style="text-align: left;" /><span style="text-align: left;"><span> </span>Lucia foi uma militante anarquista e feminista, poeta espanhola, conhecida por ser uma das fundadoras do Mujeres Libres, importante organização de mulheres anarquista. Ela também serviu na Confederación Nacional del Trabajo (CNT) e na Solidaridad Internacional Antifascista (SAI), e, entre outras coisas, publicou em gazetas importantes na década de 20, usando por vezes pseudônimo masculinos para adentrar esses espaços. Ela conseguiu explorar temáticas caras como as da lesbianidade e anarquismo, em um período em que a ‘‘homossexualidade’’ era criminalizada e as vozes femininas secundarizadas.</span><br style="text-align: left;" /><br style="text-align: left;" /><span style="text-align: left;"> Perseguida enquanto anarquista e enquanto mulher que ama outra mulheres, sem dúvida sua sexualidade foi parte das sua luta e da forma como percebia o mundo e as\os companheiras\os a sua volta.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="text-align: left;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-jhN7_c9NxJo/YKOrnKCK1II/AAAAAAAAAIA/Li1n_TPfzFsLw8UPc5PHWY9jLiZdhGGTgCLcBGAsYHQ/s640/158613518_164907512022879_653218010785901034_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="640" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-jhN7_c9NxJo/YKOrnKCK1II/AAAAAAAAAIA/Li1n_TPfzFsLw8UPc5PHWY9jLiZdhGGTgCLcBGAsYHQ/w400-h400/158613518_164907512022879_653218010785901034_n.jpg" width="400" /></a></div><br /><span style="text-align: left;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="text-align: left;"><span> </span>Amparo Poch é a primeira anarquista espanhola co-fundadora do Mujeres Libres que apresentamos aqui.<br /><br /><span> </span>Médica, escritora e pacifista. Cursou medicina contra a vontade do pai e a despeito do preconceito de outros homens acadêmicos, sendo a segunda mulher a se formar na Faculdade de Medicina de Saragoça e também teve formação em biologia. Atuou como diretora no Ministério de Saúde e Assistência Social e usou essa posição para criar os "liberatorios de prostitución", lares onde mulheres prostituídas poderiam receber assistência médica, psicoterapia e treinamento profissional para permitir que adquirissem independência econômica por outros meios. Assim como participou da criação da "Casa Dona Trabalhadora", onde ofertavam cursos para alfabetização e formação profissional de mulheres.<br /><br /><span> </span>Amparo defendia a conscientização sobre a sexualidade feminina e lutou contra a monogamia. Tinha uma relação mais próxima com a ideia da maternidade e escreveu sobre uma abordagem anarquista da criação de filhos. Também foi o co-líder da Liga Española de Refractarios a la Guerra, um braço espanhol da Internacional de Resistentes à Guerra, que ajudava vítimas do conflito da Guerra Civil Espanhola. Além disso também abriu uma clínica em Madri para atender mulheres e criança, que prezava para que fosse acessível, e lutou diretamente pela redução de mortalidade infantil e pela possibilidade de mulheres terem uma gravidez e lactação saudável.<br /><br /><span> </span>Amparo desafiou espaços e profissões considerados masculinos e usou suas formações para promover saúde, liberdade e conhecimento para mulheres e crianças.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-VMaVAq5tlMw/YKOr5o2QHZI/AAAAAAAAAII/-mPcqJfF6lUYWCsiesnShKuuGGp2uvCawCLcBGAsYHQ/s640/158838497_890013851814491_3082671845444948541_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: large;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="640" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-VMaVAq5tlMw/YKOr5o2QHZI/AAAAAAAAAII/-mPcqJfF6lUYWCsiesnShKuuGGp2uvCawCLcBGAsYHQ/w400-h400/158838497_890013851814491_3082671845444948541_n.jpg" width="400" /></span></a></div><span style="font-size: large;"><br /><span><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="text-align: left;"><span> </span>Mercedes Composada é outra anarcofeminista com importante participação na Revolução Social Espanhola de 1936, e também co fundadora do Mujeres Libres. Foi advogada e pedagoga, se dedicando a ensinar outras mulheres, principalmente nos cursos de ensino fundamental organizados pela CNT, onde enfrentava misoginia e preconceitos por parte dos operários.</span><br style="text-align: left;" /><br style="text-align: left;" /><span style="text-align: left;"><span> </span>Foi filiada ao Sindicato de Espetáculos Públicos de Barcelona da Confederación Nacional del Trabajo. E contribuiu de maneira significativa para a imprensa libertária espanhola, e em seguida francesa, quando exilada em Paris. Além de ser editora chefe da revista Mujeres Libres, escrevia também para a Tierra y Libertad e Tiempos Nuevos. Na década de 70 começou a escrever um livro a partir das cartas que pediu que veteranas enviassem para ela, contando suas próprias experiências, mas infelizmente o manuscrito sumiu após a sua morte.</span><br style="text-align: left;" /><br style="text-align: left;" /><span style="text-align: left;"><span> </span>Mercedes acreditava e fazia da educação seu instrumento de luta, buscando sempre compartilhar conhecimentos e formação com outras companheiras.</span></span></div></span></span><div><span><span style="background-color: white; color: #262626;"><div style="font-family: times; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /></div><div style="font-family: times; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Por: Renata Argolo</span></div><div style="font-family: times; font-size: large; text-align: justify;"><br /></div></span></span></div>Fórum Anarquista Especifistahttp://www.blogger.com/profile/04229677336169193480noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7216708097843572127.post-21405416202894267142020-11-16T17:23:00.002-08:002020-11-16T17:25:03.362-08:00Degradação do Trabalho Docente na Pandemia do Covid-19 <div style="text-align: justify;"><span> <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-sukXTqhLkzE/X7Ml2aaz9vI/AAAAAAAAAGE/WGO8XXFJdTAXbDXCoSFdhThNwTPwVLWpQCLcBGAsYHQ/s1080/Degrada%25C3%25A7%25C3%25A3o%2Bdo%2Btrabalho%2Bdocente%2Bna%2Bpandemia%2Bdo%2BCovid-19.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-sukXTqhLkzE/X7Ml2aaz9vI/AAAAAAAAAGE/WGO8XXFJdTAXbDXCoSFdhThNwTPwVLWpQCLcBGAsYHQ/w400-h400/Degrada%25C3%25A7%25C3%25A3o%2Bdo%2Btrabalho%2Bdocente%2Bna%2Bpandemia%2Bdo%2BCovid-19.png" width="400" /></a></div><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span> </span></div><div style="text-align: justify;"><span> </span><span style="font-family: times;">O ano de 2020 significou mais trabalho para a maioria dos setores da classe trabalhadora, sobretudo, com um agravante para saúde física e psicológica de muitos, devido às condições mais perigosas e insalubres alargadas pela disseminação do COVID-19; também pela ineficácia na resposta em políticas de saúde pelo Governo Federal. Este ano será lembrado ainda, em especial, pela maioria de professoras e de professores pela irregular condição de seus trabalhos, como destaque, a invasão da escola no dia a dia do lar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><span> </span>Esse cenário pandêmico foi a desculpa para intensificar certas tendências e investidas contra a educação e a classe professoral. Não basta ir longe. Nos primeiros cem dias do governo Bolsonaro, o então presidente assinou um projeto de regulamentação do ensino domiciliar.* Manifestação dos desejos de transferir a responsabilidade da educação para a família e para o privado. Ainda em 2019 um plano de bloqueio de verbas para o ensino superior foi acompanhado da posição do governante em favor da ampliação do Ensino à Distância (EaD). O Ministro da Educação duplicou a carga de horas EaD para cursos de graduação presencial (Portaria nº 2.117, de 6 de dezembro de 2019). Foi a margem de manobra necessária para as Instituições de Ensino Superior (IES) privadas aumentarem o número de demissões. O desemprego estrutural do setor da educação ganhou mais números com essa medida e as universidades federais tiveram que reduzir suas capacidades administrativas com base no restrito orçamento. Estes imperativos não se restringem ao ensino superior. Na Bahia, por exemplo, o “Novo Ensino Médio” proposto pelo governo estadual (PT) propõe carga horária na modalidade EaD de forma obrigatória para estudantes da rede pública.**</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><span> </span>A pandemia chegou e os capitalistas não abriram mão de seus ganhos. A generalização intensificada das aulas remotas foi suficiente para alargarem o uso de aplicativos para o ensino remoto, e fazer crescer uma demanda de professores e professoras para adaptaram-se a nova situação imposta. Para analistas dos Mundos do Trabalho, a incorporação de novas tecnologias em processos de trabalho que barateiam os custos de produção não encontra retorno para etapas anteriores. Em outras palavras, pode ser um caminho sem volta. Corre o risco do ensino remoto e o uso de plataformas virtuais não seja revestida para a rede educação privada no pós-pandemia . Relatos de docentes do ensino superior privado dizem que salários percebidos no início de 2020 eram em torno dos 5.000 reais e foram reduzidos a 900 reais em meados de agosto.*** Algumas IES, por exemplo, mantiveram as mensalidades com valor integral de cursos presenciais para os/as estudantes, mesmo oferecendo a modalidade de ensino remoto durante o contexto de quarentena. Em escolas privadas o caso é mais emblemático, com o valor das horas/aulas reduzidas pela metade. Além de dos cortes nos salários de educadoras e de educadores, a precarização e os custos reduzidos pelos empregadores se dão, sobretudo, nas formas de junções de turmas para o ensino remoto. Embora o discurso seja de suposta penúria, essas instituições estão aumentando suas taxas de lucro.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><span> </span>Maiores turmas, menores salários percebidos, e mais trabalho para operar as novas ferramentas de ensino afetam a experiência dos educadores e das educadoras. Acontece que esse cenário intensificou o processo de proletarização da educação, já em curso desde os decênios finais do século XX, mas que agora ganhou condições sociais e tecnológicas para ser realmente efetivada. A proletarização significa maior força efetiva de controle sobre o trabalho do professor e da professora, aumento da racionalidade formal das empresas, aprofundamento da especialização do trabalho e aprofundamento da rotinização dos processos de trabalho.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><span> </span>Todo esse processo tem consequências na dimensão do gênero. Na formação do capitalismo, a burguesia buscou criar noções próprias de identidades de gênero que associou a feminilidade às tarefas do cuidado, do amor, e do lar como dimensões que invisibilizam os trabalhos da reprodução e da manutenção da vida como não-trabalho ou trabalho não remunerado. Esta massa de trabalho gratuito é substancialmente concretizada pelas mulheres ainda na sociedade contemporânea, e ela é fundamental para gerar as condições humanas necessárias para que possamos vender nossa força de trabalho. Os empregadores se beneficiam deste processo e tiram daí também expropriação do trabalho das mulheres. Seja sobre as educadoras, seja sobre as mães das educandas e dos educandos. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><span> </span>Como educadoras, a duplicação da jornada de trabalho de casa já conhecida, se confunde com o da escola: custeamento das condições para a prestação das aulas, com encargos de energia, água, internet, notebook, trabalhos de edição de vídeo e disponibilidade quase ininterrupta ao atendimento ao alunado, com prestação a assistência educacional, mas também técnica, auxiliando educandos no uso das ferramentas virtuais; tudo isto é somado ainda aos cuidados de limpeza, alimentação, administração de contas e do lar, cuidados com outros membros da casa, crianças, adultos, doentes ou pessoas idosas. Para as mães dos e das estudantes, o ensino remoto aprofundou o espaço para que as mulheres ainda tenham que se preocupar com o suporte dado as dúvidas, dificuldades, cuidados com o espaço de aprendizagem e dos recursos das condições para as aulas de seus filhos e filhas. Toda essa estrutura sexista oculta os custos dos encargos que devem ser responsabilidades dos empregadores das escolas privadas, mas que são pagos pela força de trabalho das mulheres. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><span> </span>O discurso patronal não poderia ser outro. Eles querem reduzir os custos e afirmam que aulas gravadas garantem aos e às estudantes reproduzirem os vídeos e aprenderem mais. Nem docentes, nem discentes e menos ainda pais e mães se deixam enganar por este discurso. Por outro lado, reside ali também outro aspecto fundamental: o maior controle do trabalho sobre educadores e educadoras. Muitas IES e escolas privadas estão propondo que os vídeos produzidos pelas/pelos docentes sejam reutilizados em futuros cursos da instituição. Isto é sem dúvida um controle sobre os nossos processos de produção intelectual em termos de tempo e de conteúdo, mas também abriu maiores margens para o patrulhamento político/ideológico. Bandeiras centrais do bolsonarismo. Já são inúmeros os eventos acadêmicos, aulas do ensino superior e de pós-graduações são alvos preferidos de ataques cibernéticos efetuados por grupos fascistas que efetuam palavras de ordem pró-bolsonaro, atrapalham os eventos com exibições de fotos e vídeos pornográficos e materiais anticomunistas e homofóbicos. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><span> </span>Diante deste cenário, trabalhadoras e trabalhadores da educação não estão em silêncio. Portanto, cabe a nós a resistência encarniçada contra os patrões e o governo. Contra a investida tecnocrata das grandes corporações que dominam o ensino privado no país, e que querem nos transformar em aparatos humanos a transferir de forma bancária os conteúdos disciplinares. Ensinar é aprender, é trocar experiências, é fundamentalmente um exercício de criar condições para a autonomia. De punhos cerrados estamos contra o retorno das aulas e também contra a normatização do EAD. Não há outra maneira de barrar os avanços dos capitalistas sobre a educação. Construir a luta organizada de educadores e estudantes é construir Poder Popular.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;">Carlos Augusto Braga,</span></div><div><span style="font-family: times;">Educador</span></div><div><span style="font-family: times;">Militante pelo Fórum Anarquista Especifista da Bahia</span></div><div><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times;">*http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=75061:educacao-domiciliar</span></div><div><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times;">**http://jornadapedagogica.educacao.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/01/Documento-Orientador-Novo-Ensino-M%C3%A9dio-na-Bahia-Vers%C3%A3o-Final.pdf</span></div><div><span style="font-family: times;">***https://www.metro1.com.br/noticias/cidade/96813,sucateamento-da-unifacs-professores-com-doutorado-recebem-r-400-de-salario</span></div><div><br /></div>Fórum Anarquista Especifistahttp://www.blogger.com/profile/04229677336169193480noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7216708097843572127.post-69270254793866035552020-08-30T18:04:00.003-07:002020-08-30T18:22:41.982-07:00O que fere o teu masculino?<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"> <a href="https://1.bp.blogspot.com/-tIqj_AAifmY/X0xMPXJo_JI/AAAAAAAAAD0/Abie7OTj34MwMj---FvWZOZLiJcGMI9pgCLcBGAsYHQ/s1080/_%2BO%2Bque%2Bfere%2Bo%2Bteu%2Bmasculino__.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="512" src="https://1.bp.blogspot.com/-tIqj_AAifmY/X0xMPXJo_JI/AAAAAAAAAD0/Abie7OTj34MwMj---FvWZOZLiJcGMI9pgCLcBGAsYHQ/w512-h512/_%2BO%2Bque%2Bfere%2Bo%2Bteu%2Bmasculino__.png" width="512" /></a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><span> </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><span> </span>Com o avançar dos debates que evidenciam as opressões de gênero enquanto um pilar essencial de manutenção do Estado e do capitalismo, é imprescindível a morte imediata e incontestável das concepções que formam e/ou formatam a masculinidade, aqui, dirijo-me não só masculinidade branca e heterossexual, mas, à todas aquelas que ao longo dos séculos foram sendo criadas ou recriadas tendo por base essencial esse padrão. Contudo, para a existência desse massacre basilar, é necessário que todo aquele que se pretenda um indivíduo-ferramenta na luta revolucionária anticolonialista não se furte a conflitar o que molda sua existência, percebendo em si e nos seus comportamentos a primeira zona de combate para a mudança da sociedade.</span></p><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"> </span><span style="font-family: times;">Mas que linhas invisíveis demarcam e moldam o terreno ideológico da masculinidade? É importante ter em mente, ao nos debruçar nesse questionamento, que o conceito de masculinidade foi alvo de disputa histórica tomando a forma com que conhecemos a partir dos últimos séculos. Kimmel (1998) traz que a partir da primeira metade do século XIX, passa a existir na Europa e nos Estados Unidos um novo “ser masculino”, o Self-Made Man, que devia a todo instante se provar e demonstrar seu valor a partir da aquisição de bens e elevação de cargo e importância social. Esse modelo de “ser homem” vai ser posto como modelo básico do viver capitalista sumariamente importado e debatido no resto do mundo em conjunto com os ideais higienistas e liberais. Essa constante necessidade de provar-se homem cria a tendência de desmontar e inferiorizar todas as outras formas de ser homem, é a partir desse movimento de contradição que se molda o hegemônico, delimitando os outros enquanto os outros em uma relação de superior versus inferior, que é por conseguinte, uma relação de poder.</span></div> <span style="font-family: times;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><span><div style="text-align: justify;"> Ressalto a importância desse movimento onde “hegemônico e o subalterno emergem em mútua e desigual interação, em uma ordem social e econômica com uma demarcação prévia distorcida de gênero” (KIMMEL, p.103, 1998). Nesse momento, virada do século XIX, a raça e a classe são somadas com outros caracteres para criação de estereótipos que vão ser utilizados em um processo de estigmatização que é sintomático. Homens negros, indígenas vão ser tratados enquanto selvagens, violentos, irracionais ao mesmo tempo que são incapazes de sustentar suas famílias, ingênuos e incultos assim como, homens gays e mulheres vão ser alvos preferenciais dessa violência estrutural do gênero. A construção dessa hegemonia tem por objetivo principal delimitar masculinidades que vão ser sumariamente tratadas como problemáticas ou desviantes, para com isso, tornar mais simples ao homem burguês exercer e disputar discursivamente suas masculinidades com seus semelhantes, garantindo ao mesmo um tempo uma ferramenta segura para afastar os concorrentes dessa narrativa.</div></span></span><p></p><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"> </span><span style="font-family: times;">Relegada ao campo do físico e da irracionalidade a masculinidade do homem negro vai ser entendida por Nkósi (2014) num processo de projeções simultâneas, ao mesmo tempo que o corpo negro é dotado de atributos físicos invejáveis, reside neles o instinto selvagem da violência; ao mesmo tempo que possui um pênis gigantesco, reside nele a tendência ao abuso sexual e ao estupro; ao mesmo tempo que são inocentes e influenciáveis, são socialmente perigosos, preguiçosos e viciados, ou seja, o “negro é representado como contraponto antiético do ser humano” (Nkósi, 2014, p.83). Esses rótulos que são sumariamente construídos, principalmente nas sociedades norte-americana e brasileira, transformam homens negros, contraditoriamente, em indivíduos invisíveis que oferecem perigos constantes às estruturas sociais, justificando sua perseguição, encarceramento e assassinato promovidos initerruptamente pelo Estado. Esses estereótipos que interseccionam gênero e raça, são estendidos aos povos indígenas no Brasil sofrendo poucas mudanças no quadro geral, visto como um povo “atrasado” frente ao progresso. O homem indígena é tido como inculto e ingênuo dotado de uma masculinidade selvagem, inferiores ao homem hegemônico por não possuírem ferramentas intelectuais para compreender a sociedade moderna. Eles não merecem possuir suas terras pois não sabem como gestá-las em prol da produção capitalista, devem, portanto, cedê-las aos grandes homens brancos detentores dos maquinários e meios capazes de dar rumo ao progresso capitalista.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><br /></span></div><span style="font-family: times;"><span><div style="text-align: justify;"> Contudo, é indiscutível que, ao construir-se enquanto hegemônico, é sobre as mulheres e homens gays que o padrão de masculinidade branca e heterossexual deposita seus conceitos de inferioridade, frisando que esse movimento é extremamente acentuado pelo racismo. Cabe a esses indivíduos os ônus da construção de um padrão de masculinidade branca que é a principal causa de que mulheres e homens gays negros tenham suas vidas marcadas pela violência racial e de gênero sumariamente construídas e reafirmadas como necessárias e corretivas para corpos que não se adaptaram à norma.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><span><div style="text-align: justify;"> Problematizando ainda mais o conceito socialmente produzido de ser masculino e de masculinidades, as existências trans põem em crise todo o discurso que gira em torno no binarismo, esse sistema que delimita o masculino e feminino como traços biológicos, elencando possibilidades e vivências fora dos moldes de gênero hegemonicamente traçados. Pouco se têm de estudos sobre as transmasculinidades o que revela a dificuldade social em aceitação e reconhecimento desses corpos, muitas vezes enquadrados como mulheres lésbicas masculinizadas, “é como se os comportamentos e os significados considerados masculinos emanassem necessariamente da presença material original do pênis.” (ALMEIDA, 2012, p.519).</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span><div style="text-align: justify;"> Esse conceito do ser masculino construído como zona de conforto para que homens brancos pudessem limar discursivamente a existência de outros e galgar livremente ascensões sociais, tornou-se estrutural a tal maneira que é pilar do capitalismo e seus sistemas de retroalimentação. Num sentindo geral, a existência de uma masculinidade hegemônica e percebida primeiramente pelos corpos alvos de sua violência reforçados pelas marcas de um poder construído na branquitude e heterossexualidade compulsória que relega às outras existências impossibilidades sociais predefinidas. Assim, somente a destruição de todo o sistema dessa masculinidade existente é que pode abrir caminho à uma nova abordagem de gênero/raça onde os subalternos possam ter voz ativa e produzir livremente suas existências.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><b><div style="text-align: justify;"><b>Referências</b></div></b><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">ALMEIDA, Guilherme. “Homens trans”: novos matizes na aquarela das masculinidades?. Revista Estudos Feministas, v. 20, n. 2, p. 513-523, 2012.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">KIMMEL, Michael S. A produção simultânea de masculinidades hegemônicas e subalternas. Horizontes antropológicos, v. 4, n. 9, p. 103-117, 1998.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">MACHADO, Lia Zanotta. Masculinidades e violências: gênero e mal-estar na sociedade contemporânea. Universidade de Brasília, Departamento de Antropologia, 2001.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">NKOSI, Deivison Faustino. O pênis sem falo: algumas reflexões sobre homens negros, masculinidade e racismo. Feminismos e masculinidades. Eva Alterman Blay (org.). São Paulo: Cultura Acadêmica, 2014.</div></span><p></p>Fórum Anarquista Especifistahttp://www.blogger.com/profile/04229677336169193480noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7216708097843572127.post-34506384374011083452020-05-22T09:06:00.000-07:002020-05-24T13:19:29.950-07:00Casos de Feminicídio Crescem Durante a Pandemia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-8S6E-w_sBts/Xsf3YMkS74I/AAAAAAAAACI/sfdpNKVNIBcCmZXCWHVrEuBrbSxdYAPlQCLcBGAsYHQ/s1600/Quantas%2Bainda%2Bprecisar%25C3%25A3o%2Bmorrer%2Bpara%2Bque%2Bescutem%2Besse%2Bgrito%2Bde%2Btantos%2Banos__.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-8S6E-w_sBts/Xsf3YMkS74I/AAAAAAAAACI/sfdpNKVNIBcCmZXCWHVrEuBrbSxdYAPlQCLcBGAsYHQ/s400/Quantas%2Bainda%2Bprecisar%25C3%25A3o%2Bmorrer%2Bpara%2Bque%2Bescutem%2Besse%2Bgrito%2Bde%2Btantos%2Banos__.png" width="400" /></a></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><b><br /></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><b><i>“Feminicídios em BH: Duas mulheres foram mortas pelos companheiros. Um suspeito foi preso”; “Mulher é vítima de feminicídio em São Cristóvão”; “Casos de feminicídio sobem 73% nos primeiros três meses de 2020 em relação ao ano anterior no RS”; “Suspeito de matar a mulher em SP é preso em bar ao beber após o crime.” “Casos de feminicídio dobram no Acre e governo faz campanha contra violência doméstica”</i></b></span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Essas são algumas entres tantas manchetes de diversos sites e reportagens televisivas relatando casos de feminicídio em todo o país só esse ano. Os casos se agravam a partir de março, que inclusive é quando começa o isolamento social recomendado pela OMS por conta da pandemia. Os assassinatos dessas mulheres são efetuados de forma cruel e calculista. Em alguns relatos o agressor diz “sair de e si durante o ato”, todos os relatos apontam que a causa foi o ciúmes ou posse. O curioso é observar quantos desses homens se autodeclaram, logo após o feminicídio, vítimas da própria “insanidade”. Quando, na verdade, o nome que se dá é crime premeditado. Vejam aqui alguns relato sobre casos que aconteceram em abril desse ano: </span></div>
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<span style="white-space: pre;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"> </span></span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><i><b>“A Polícia Civil de Boituva, a 121 km de São Paulo, prendeu anteontem um homem de 32 anos suspeito de matar a própria esposa, enrolar o corpo dela em um cobertor e ir a um bar antes de sumir com o cadáver. “</b></i></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><i><b><br /></b></i></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><i><b>“A chilena Karina Constanza Bobadilla Chat, de 22 anos, morta com mais de 20 facadas no dia 1º de fevereiro em Rio Branco. O motivo do crime, foi porque a vítima não aceitava um relacionamento com o suspeito.”</b></i></span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><i><b><br /></b></i></span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><i><b>“Katiane de Lima, de 23 anos, foi calada de forma brutal pelo companheiro dela com pelo menos três facadas, no pescoço, braço e costelas. Ela estava com o filho no colo na hora que foi assassinada “</b></i></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><i><b><br /></b></i></span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><i><b>“O da servidora pública Sara Araújo de Lima, de 38 anos, morta a tiros, no dia 13 de abril. O autor dos disparos foi o marido dela, Jorge Alberto Franco Filho. Eles já tinham se separado por ameaças do companheiro, Sara chegou a registrar queixa, mas os dois reataram e tudo acabou com os dois mortos.”</b></i></span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Em todos os casos, o assassino utiliza da mutilação, afogamento, esfaqueamento, utilizam ferramentas como chaves de fenda, martelo, pedra, foice, arma de fogo, para matar sua companheira. Segundo a pesquisadora, Jackeline Aparecida Ferreira Romio, autora do estudo "Feminicídios no Brasil: Uma Proposta de Análise com Dados do Setor de Saúde”, a agressão é praticado por homens que tinham histórico de explosões de ciúme. É como se eles entendessem que aquele corpo feminino pertencesse a ele. Uma vez que a mulher não "obedeceu" à regra, ele quis destruí-lo. A mutilação vaginal ou de rosto está presente em 40% dos casos.</span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><b>Mas porque homens se sentem no direito de tirar a vida de mulheres? Porque na maioria das vezes a causa dessas mortes se dá pelo sentimento de posse sob o corpo dessas mulheres? </b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Vamos começar pela objetificação das mulheres sustentadas pelo patriarcado O feminicídio se constrói aos poucos, nos detalhes do dia a dia da relação. Vem maquiado de ciúmes, cuidado, amor, contada de geração em geração, para homens e mulheres, desde a infância, em nome da manutenção do patriarcado e da submissão da mulher. Mulheres durante a história foram submetidas ao papel unicamente satisfatório para os homens, desde aos desejos físicos básicos como alimentação, até os desejos sexuais. Isso se dá muito por conta do construção da masculidade e como ela influenciou no comportamento do homem e na exigência dos mesmos sobre o comportamento da mulher. Por ser alimentada essa ideia moral cristã de que mulheres devem submissão aos homens por toda uma sociedade imersas à ideologias machistas e sexistas, muitas vezes romantiza-se a posse como sinônimo de amor. Isso é alimentado em romances na literatura, novelas, músicas. Existe todo um contexto social que faz com que o homem se enxergue como o provedor, o herói, o macho alfa, enquanto a mulher como um ser vulnerável, fraco e dependente (falo sem aprofundar num quisito raça, em que para as mulheres negras e os homens negros são dados papéis muito mais agressivos, mas aí é um papo para um outro texto). Quando uma mulher rejeita a atenção de um homem, esse tem sua masculinidade ferida, e como ele “não pode” demonstrar fragilidade, apela para a violência. Só que esse apelo tem matado mulheres todos os dias e culpado essas mesmas mulheres por suas mortes! </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Durante o isolamento social o índice de violência contra mulher física e sexual cresceu de forma exorbitante, porém diminuiu o numero de denúncias. As vítimas não conseguem se deslocar das suas casas para fazerem as denúncias por conta das medidas de proteção anunciadas pela OMS e porque estão expostas aos agressores vinte e quatro horas dentro de suas casas e por conta do medo, elas não dão a queixa. Há casos em que o corpo da vítima só foi encontrado alguns dias depois do crime por alguns vizinhos escondido em algum cômodo da sua casa. Os vizinhos encontraram por conta do mal cheiro. </span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Mulheres têm seus corpos silenciados com a desculpa do “amar demais” Quem ama não machuca. Em tempos de isolamento, a exposição desses corpos para com seus agressores é ainda maior e tem acabado com mulheres sendo assassinadas. O pior é a naturalização dessas situações e a culpabilização da vítima em todos os casos pela sociedade e muitas vezes, a negligencia de tantos outros pelo Estado. </span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><b>Quantas vezes uma mulher terá que gritar para ser ouvida e sua vida ser poupada?</b></span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Fontes: <a href="https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/atualidades-vestibular/entenda-a-lei-do-feminicidio-e-por-que-e-importante/">https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/atualidades-vestibular/entenda-a-lei-do-feminicidio-e-por-que-e-importante/</a></span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><a href="https://www.gazetadigital.com.br/editorias/policia/morte-de-mulheres-aumenta-em-54-em-3-meses-de-2020/613245">https://www.gazetadigital.com.br/editorias/policia/morte-de-mulheres-aumenta-em-54-em-3-meses-de-2020/613245</a></span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/seguranca/noticia/2020/04/aumento-de-feminicidios-em-periodo-de-pandemia-preocupa-cupula-da-seguranca-do-estado-ck9cyihhv00ca017nr5xt4pgx.html">https://gauchazh.clicrbs.com.br/seguranca/noticia/2020/04/aumento-de-feminicidios-em-periodo-de-pandemia-preocupa-cupula-da-seguranca-do-estado-ck9cyihhv00ca017nr5xt4pgx.html</a></span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><a href="https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/opiniao/2020/02/o-feminicidio-se-constroi-aos-poucos.html">https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/opiniao/2020/02/o-feminicidio-se-constroi-aos-poucos.html</a></span></div>
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><a href="https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2020/04/08/casos-de-feminicidio-sobem-73percent-nos-primeiros-tres-meses-de-2020-em-relacao-ao-ano-anterior-no-rs.ghtml">https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2020/04/08/casos-de-feminicidio-sobem-73percent-nos-primeiros-tres-meses-de-2020-em-relacao-ao-ano-anterior-no-rs.ghtml</a></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Fórum Anarquista Especifistahttp://www.blogger.com/profile/04229677336169193480noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7216708097843572127.post-34753175726813351172020-05-15T15:35:00.001-07:002020-05-15T15:35:53.952-07:00“E se uma nova geração de profissionais fosse perdida?” <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-bKYFyBCyHbc/Xr8WbWnG9qI/AAAAAAAAABg/WT8A9vhkiJUBbhv516V3VT0cxXrfoWL0ACLcBGAsYHQ/s1600/WhatsApp%2BImage%2B2020-05-15%2Bat%2B19.18.07.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-bKYFyBCyHbc/Xr8WbWnG9qI/AAAAAAAAABg/WT8A9vhkiJUBbhv516V3VT0cxXrfoWL0ACLcBGAsYHQ/s640/WhatsApp%2BImage%2B2020-05-15%2Bat%2B19.18.07.jpeg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">É com esse slogan que o Ministério da Educação convida em
rede nacional estudantes secundaristas para a realização do ENEM (Exame Nacional
do Ensino Médio) – o que é habitual nessa época do ano, se não fosse o fato de
estarmos vivendo uma pandemia por conta da COVID-19.</span></h3>
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<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">Há alguns meses setores da sociedade foram orientados pela
OMS (Organização Mundial de Saúde) a serem paralisados, dentre eles as escolas
e aulas foram suspensas por tempo indeterminado. Nesse período, a modalidade de
ensino a distância, conhecida como EAD foi adotada: as aulas presenciais foram
substituídas e agora acontecem através de transmissões ao vivo, popularmente
conhecida como lives, as avaliações são feitas em casa, há a possibilidade dos
estudantes tirarem dúvidas com seus professores através de plataformas adotadas
pela escola; enfim, uma série de recursos foram adotados para que o ensino não
fosse prejudicado. </span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><b>Mas para quem esses recursos e tecnologias estão sendo direcionados?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">Antes de tudo é preciso saber que, segundo uma
pesquisa* realizada pelo TIC Domicílios em 2017 e divulgada em julho do ano
posterior, pelo Comitê Gestor da Internet, no Brasil temos “27 milhões de
residências desconectadas, enquanto outras 42,1 milhões acessam a rede via
banda larga ou dispositivos móveis”, sendo que <b>nas classes mais baixas o índice
de pessoas sem acesso a internet é de 70%</b>, enquanto que <b>nas classe mais
abastardas 99% dos domicílios possuem alguma forma de acesso.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><b><br /></b></span><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">É necessário trazer esses números a mostra, para voltarmos à
pergunta que a propaganda do governo nos faz “E se uma nova geração de
profissionais fosse perdida?” – é nítido para nós que uma nova geração já está
sendo perdida há algum tempo: quando não há estrutura no ambiente escolar para
os estudantes, falta de livros e laboratórios de pesquisa, salas de aula superlotadas.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sobretudo agora, é perceptível a disparidade
entre o ensino privado onde métodos EAD estão sendo utilizados e o ensino
público, onde estudantes que são em sua maioria pobres não possuem acesso a
esses meios<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>na escola, tampouco em suas
residências.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">Manobras para continuar os estudos são feitas diariamente, usando a internet do vizinho para baixar o material, ou se descolando a
outro ponto para conseguir o sinal. Essa é uma das realidades que o atual governo
fecha os olhos. <b>O quão interessante é para o Estado que um ou uma jovem negro
(a) secundarista, ingresse no ensino público superior?</b> <b>Para o
regime que vivemos essa geração de profissionais deve ser de fato perdida e
vire mais um número na estatística seja ela a do desemprego ou morte.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">Apesar do delicado momento em que todos nós estamos vivendo, <i>se faz necessário refletir e, sobretudo, lutar</i> contra um sistema opressor que a cada
dia que passa crava ainda mais suas garras e dilacera de todas as formas
possíveis o povo pobre e periférico. Não é o momento de continuarmos como se
nada estivesse acontecendo e seguir a diante com o ENEM, tampouco de pedir o
adiantamento das provas. Adiantar esse exame, que para muitos é a oportunidade
de fazer uma faculdade e ser o primeiro, a primeira da família a estar no ensino
superior e não fazer parte das estatísticas é de fato a solução? Precisamos lutar
para um ensino público, de qualidade a todas e todos!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">Tampouco, não podemos nos iludir com o ensino a distância –
visto como uma medida de urgência nesse momento de crise é um projeto de
sucateamento e desvalorização dos professores. O ensino através de lives e
vídeo aulas gera uma falsa compreensão dos conteúdos administrados, além disso,
o governo pode não contratar novos professores e demitir os existentes tendo
como base o EAD. O ambiente é escolar vai muito além da relação professor x estudante:
coordenadores, diretores, auxiliares escolares, fazem parte do ambiente físico
da escola, de sua estrutura e funcionamento, todos serão afetados caso no
futuro o EAD seja adotado como nova forma de ensino.</span><o:p><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"> </span></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
<o:p><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></o:p><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><b>A educação segue sendo nossa maior arma contra os gritos de
tirania sobre nosso povo, não podemos deixar que o ambiente escolar deixe de
existir, pelo contrário: temos que resistir, lutar e criar um poder popular!</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span>* Fonte: <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-07/mais-de-um-terco-dos-domicilios-brasileiros-nao-tem-acesso-internet">https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-07/mais-de-um-terco-dos-domicilios-brasileiros-nao-tem-acesso-internet</a></div>
Fórum Anarquista Especifistahttp://www.blogger.com/profile/04229677336169193480noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7216708097843572127.post-89104680257532587782020-05-07T08:30:00.001-07:002020-05-17T17:15:11.539-07:00Gêneros Impressos: Uma análise da revista A Renascença, 1916 - 1918 <br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img alt="O Nascimento de Vênus (Sandro Botticelli): análise da obra ..." height="251" src="https://cdn.culturagenial.com/imagens/1146px-sandro-botticelli-la-nascita-di-venere-google-art-project-edited-cke.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="400" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Um dos objetivos do nosso blog será apresentar para vocês alguns trabalhos dos militantes da nossa organização. Pensando nisso, iniciaremos nossa biblioteca virtual, com o trabalho da nossa militante Leila Maria, que é graduada em História pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, mestranda em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana, poetiza e professora na rede básica. O seu artigo tem como objetivo, analisar os discursos e representações sobre os gêneros e suas relações no período inicial da República, a partir de um veículo midiático impresso, a Revista Ilustrada Renascença, entre os anos de 1916 a 1918.</div>
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No texto, Leila ressalta que esse periódico de variedades, presente na Bahia, possuiu formas de identificar os sexos entre masculino e feminino em acordo com os então novos anseios da modernidade, abordando esses parâmetros para favorecer e incentivar certas condutas de comportamentos para os gêneros no espaço público e no privado. Além de promover ideais iluministas e estimular o letramento da população baiana. </div>
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Foi possível também compreender no periódico enquanto objeto de estudo, sua formação editorial e seus princípios expressos nos conteúdos, que reafirmam as diferenças de gênero entre homens e mulheres, deixando margens para percebermos como os sujeitos podem ter se apropriado dessas representações na sociedade baiana.</div>
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Segue então o <a href="https://drive.google.com/file/d/1dK_g-vCdarOQS32y-_FVFJAUq7jOQaGP/view?usp=sharing" target="_blank">link</a> do artigo. Espero que apreciem o trabalho da nossa historiadora .</div>
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